domingo, 26 de julho de 2015

Viva e deixe viver.


Apesar de muitos pensarem que atos de alienação parental acontecem apenas entre os genitores, não é isso que vemos na prática.

Infelizmente qualquer um dos familiares, babás ou cuidador da criança pode tentar denegrir a imagem de algum de seus parentes.

Mãe pode falar mal do pai. Pai pode falar mal da mãe. Avó materna pode criticar o pai ou até mesmo a mãe da criança, ou os dois. Avó paterna pode fazer campanha de desqualificação da genitora ou do genitor, ou de ambos os pais.

As tias e os tios também podem dificultar que os pais exerçam a autoridade. Muitas vezes é inconsciente e a alienação pode aparecer na forma de comentários quando um dos pais repreende a criança, por exemplo:

- Vem com a titia, neném, a mamãe não manda nada. Vem que a titia te dá o doce antes do almoço.

- O papai é feio. Não sabe trocar a fraldinha do bebê. Só a titia sabe cuidar de você.
A alienação parental é a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente por quem os tenha sob guarda ou vigilância, para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. 

Hoje uma mãe me procurou e disse:

- Fale das sogras que cometem alienação parental. A minha influenciava meu marido, que acabou por alienar nossa filha e fugiram os três: ele, minha pequena e minha sogra. Já se passaram 20 anos. Ela já é casada. Não fui convidada para o casamento e fiquei sabendo que nem meu nome constou no convite.

Uma tia, ontem, sugeriu um texto. Escreva sobre meu pai. Ele aliena o filhinho do meu irmão que tem apenas 3 anos e mora conosco. Papai diz:

- Não vai visitar sua mãe não bobo. Fica aqui com o vô que é mais legal.

Uma outra propôs: trace umas linhas sobre a minha irmã. Ela proíbe minha filha de conhecer o pai, só porque, ele não paga pensão. Moro na casa dela e não posso contrariá-la.

A alienação parental pode vir de qualquer pessoa. Uma colega me disse:
- Minha irmã não tem filhos e quis pegar o meu pra ela. Conseguiu me afastar da criança. 
Hoje a guarda é do pai e minha irmã é quem cuida dele.

Dia desses uma mãe desabafou:

- Nossa, alieno minha filha duas vezes: contra o pai e contra o padrasto.

Madrastas e padrastos também alienam, enfim, teríamos que chamar um matemático para nos falar ao certo o número de probabilidades de uma criança ser alienada.

Fico me perguntando porque é tão difícil ao alienador viver e deixar o outro viver.
O bem estar da criança deveria vir em primeiro lugar. No entanto, o que observamos é uma obsessão em retirar o filho da convivência com o genitor/a para tê-lo apenas para si. Pra curar essa obsessão é necessário se tornar consciente da realidade e começar a modificar os comportamentos retirando a atenção do objeto da obsessão, colocando-a na recuperação da própria vida.

Muita energia é gasta nos litígios familiares, melhor seria canalizá-la para si e não concentrar energia em destruir os laços amorosos afetivos dos outros.
O bom seria se cada alienador fizesse um inventário minucioso de quais são os impulsos doentios que o levam a agir de forma insana e destrutiva nos relacionamentos.

Pessoas estão perdendo o controle de suas vidas, porque insistem em não sair de um ciclo vicioso de intrigas e destruição de si e do outro. Causam prejuízos emocionais nos adultos e principalmente na criança.

Alienadores têm um incontrolável e doentio desejo de controlar o outro. Geralmente vêm de um lar desajustado em que as necessidades emocionais não foram satisfeitas. Como não receberam atenção na infância, querem a atenção do companheiro/a ou da criança a qualquer custo. Como tiveram pouca segurança na infância e adolescência têm uma necessidade desesperada de se sentirem seguros.

Apesar de tentarem mostrar o contrário, são pessoas com auto estima muito baixa. Evitam a depressão prevenindo-a através da agitação de um relacionamento instável e conturbado. O alienador NÃO CONSEGUE viver e deixar o outro viver. Prefere ser infeliz se esse for o custo para deixar o outro também INFELIZ.

Ao se colocarem na posição de vítima estão esmolando atenção. Persistem em um relacionamento INACESSÍVEL e INSENSATO, porque são incapazes de rompe-lo. O desejo de controlar é maior que qualquer coisa. Preferem angustia, estresse, tensão, infelicidade do que a indiferença. Ao arrumarem ‘confusão’, Processos, Ações na Justiça, Boletins de Ocorrência, estão garantindo que estarão perto do outro mesmo que em situações litigantes.

Aguardam ansiosos pela data da audiência. Colocam a melhor roupa, vão ao salão, passam o melhor perfume, enfeitam os filhos como se fossem a um evento social. Na verdade estão doentes e querem que o outro adoeça junto. Querem reproduzir o clima emocionalmente desconexo que viveram quando jovens.

Sentem falta de conflitos. Um relacionamento insalubre tem a mesma função de uma droga forte. O alienador necessita repetir comportamentos doentios. Necessitam parecer zelosos e cuidadores para manipularem as vítimas com mais facilidade. Simplesmente não conseguem se relacionar de forma madura e NÃO manipuladora.

Conspiração é a palavra de ordem dos alienadores. Toda energia é gasta com ideias para transformar o outro em um ser infeliz e doente. A escolha das atitudes que terão está baseada na compulsão em controlar. Controlando não há choques e surpresas e isso dá a sensação de segurança que tanto precisam.

O alienador é doente. Se satisfaz com relacionamentos impossíveis, abusivos, irresponsáveis, não-correspondidos, com muitas discussões, brigas violentas, rompimentos e reconciliações dramáticas e períodos de espera tensos e temerosos entre uma coisa e outra. Muito drama, muito caos, muita agitação....tudo exaustivo! Não conseguem parar de ralhar, persuadir, implorar, distorcer, e se vitimarem.  

Alienador através da raiva e do ódio se une ao alienado com laços resistentes. ‘Afetuosamente’ preservam raivas e hipocrisias antigas.

Essas pessoas necessitam de ajuda profissional especializada. Saírem desse papel, se resgatarem sozinhos é mais difícil que largar a cocaína. Se sentem no fundo do poço e vontade de matar ou morrer vêm junto com as ‘explosões’ de autodestruição que atingem todos em seu entorno. Psicólogos e Psiquiatras juntos ajudarão o ego a romper com as crenças de onipotência que sempre estão presentes nas personalidades dos alienadores e só assim poderão entrar em processo de recuperação.






Nenhum comentário:

Postar um comentário