Apesar
de muitos pensarem que atos de alienação parental acontecem apenas entre os genitores,
não é isso que vemos na prática.
Infelizmente
qualquer um dos familiares, babás ou cuidador da criança pode tentar denegrir a
imagem de algum de seus parentes.
Mãe
pode falar mal do pai. Pai pode falar mal da mãe. Avó materna pode criticar o
pai ou até mesmo a mãe da criança, ou os dois. Avó paterna pode fazer campanha
de desqualificação da genitora ou do genitor, ou de ambos os pais.
As
tias e os tios também podem dificultar que os pais exerçam a autoridade. Muitas
vezes é inconsciente e a alienação pode aparecer na forma de comentários quando
um dos pais repreende a criança, por exemplo:
-
Vem com a titia, neném, a mamãe não manda nada. Vem que a titia te dá o doce
antes do almoço.
-
O papai é feio. Não sabe trocar a fraldinha do bebê. Só a titia sabe cuidar de
você.
A
alienação parental é a interferência na formação psicológica da criança ou do
adolescente por quem os tenha sob guarda ou vigilância, para que repudie
genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos
com este.
Hoje
uma mãe me procurou e disse:
-
Fale das sogras que cometem
alienação parental. A minha influenciava meu marido, que acabou por alienar
nossa filha e fugiram os três: ele, minha pequena e minha sogra. Já se passaram
20 anos. Ela já é casada. Não fui convidada para o casamento e fiquei sabendo
que nem meu nome constou no convite.
Uma
tia, ontem, sugeriu um texto. Escreva sobre meu pai. Ele aliena o
filhinho do meu irmão que tem apenas 3 anos e mora conosco. Papai diz:
-
Não vai visitar sua mãe não bobo. Fica aqui com o vô que é mais legal.
Uma
outra propôs: trace umas linhas sobre a
minha irmã. Ela proíbe minha filha de conhecer o pai, só porque, ele não
paga pensão. Moro na casa dela e não posso contrariá-la.
A
alienação parental pode vir de qualquer pessoa. Uma colega me disse:
-
Minha irmã não tem filhos e quis
pegar o meu pra ela. Conseguiu me afastar da criança.
Hoje a guarda é do pai e minha irmã é quem cuida dele.
Dia
desses uma mãe desabafou:
-
Nossa, alieno minha filha duas
vezes: contra o pai e contra o padrasto.
Madrastas
e padrastos também alienam, enfim, teríamos que chamar um matemático para nos
falar ao certo o número de probabilidades de uma criança ser alienada.
Fico me perguntando porque
é tão difícil ao alienador viver e deixar o outro viver.
O
bem estar da criança deveria vir em primeiro lugar. No entanto, o que
observamos é uma obsessão em retirar
o filho da convivência com o genitor/a para tê-lo apenas para si. Pra curar
essa obsessão é necessário se tornar consciente da realidade e começar a
modificar os comportamentos retirando a
atenção do objeto da obsessão, colocando-a na recuperação da própria vida.
Muita
energia é gasta nos litígios familiares, melhor seria canalizá-la para si e não
concentrar energia em destruir os laços amorosos afetivos dos outros.
O
bom seria se cada alienador fizesse um inventário minucioso de quais são os impulsos doentios que o levam a
agir de forma insana e destrutiva nos relacionamentos.
Pessoas
estão perdendo o controle de suas vidas, porque insistem em não sair de um
ciclo vicioso de intrigas e destruição de si e do outro. Causam prejuízos emocionais
nos adultos e principalmente na criança.
Alienadores têm um incontrolável
e doentio desejo de controlar o outro. Geralmente vêm de um lar desajustado em que
as necessidades emocionais não foram satisfeitas. Como não receberam atenção na
infância, querem a atenção do companheiro/a ou da criança a qualquer custo.
Como tiveram pouca segurança na infância e adolescência têm uma necessidade
desesperada de se sentirem seguros.
Apesar de tentarem mostrar
o contrário, são pessoas com auto estima muito baixa. Evitam a depressão prevenindo-a
através da agitação de um relacionamento instável e conturbado. O alienador
NÃO CONSEGUE viver e deixar o outro viver. Prefere ser infeliz se esse for
o custo para deixar o outro também INFELIZ.
Ao
se colocarem na posição de vítima estão esmolando
atenção. Persistem em um
relacionamento INACESSÍVEL e INSENSATO, porque são incapazes de rompe-lo. O
desejo de controlar é maior que qualquer coisa. Preferem angustia, estresse,
tensão, infelicidade do que a indiferença. Ao arrumarem ‘confusão’, Processos,
Ações na Justiça, Boletins de Ocorrência, estão garantindo que estarão perto do
outro mesmo que em situações litigantes.
Aguardam
ansiosos pela data da audiência. Colocam a melhor roupa, vão ao salão, passam o
melhor perfume, enfeitam os filhos como se fossem a um evento social. Na
verdade estão doentes e querem que o outro adoeça junto. Querem reproduzir o clima emocionalmente desconexo que viveram quando
jovens.
Sentem falta de conflitos. Um relacionamento insalubre
tem a mesma função de uma droga forte. O alienador necessita repetir
comportamentos doentios. Necessitam parecer zelosos e cuidadores para manipularem as vítimas com mais facilidade.
Simplesmente não conseguem se relacionar de forma madura e NÃO manipuladora.
Conspiração
é a palavra de ordem dos alienadores. Toda
energia é gasta com ideias para transformar o outro em um ser infeliz e doente.
A escolha das atitudes que terão está baseada
na compulsão em controlar. Controlando
não há choques e surpresas e isso dá a sensação de segurança que tanto precisam.
O
alienador é doente. Se satisfaz com relacionamentos impossíveis, abusivos, irresponsáveis,
não-correspondidos, com muitas discussões, brigas violentas, rompimentos e
reconciliações dramáticas e períodos de espera tensos e temerosos entre uma coisa
e outra. Muito drama, muito caos, muita agitação....tudo exaustivo! Não
conseguem parar de ralhar, persuadir, implorar, distorcer, e se vitimarem.
Alienador através da raiva
e do ódio se une ao alienado com laços resistentes. ‘Afetuosamente’
preservam raivas e hipocrisias antigas.
Essas
pessoas necessitam de ajuda profissional
especializada. Saírem desse papel, se resgatarem sozinhos é mais difícil que largar a cocaína. Se
sentem no fundo do poço e vontade de matar ou morrer vêm junto com as ‘explosões’
de autodestruição que atingem todos em seu entorno. Psicólogos e Psiquiatras
juntos ajudarão o ego a romper com as crenças de onipotência que sempre estão
presentes nas personalidades dos alienadores e só assim poderão entrar em
processo de recuperação.
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