É indiscutível que quem sai de casa no final do
relacionamento sai tremendamente prejudicado financeira e emocionalmente.
Ele deixa pra trás não só o imóvel, os móveis, o carro, os
eletrodomésticos e eletrônicos. Ele deixa o lar, local onde um dia viveu
harmoniosamente e onde outrora se sentia bem. Ele deixa também um pedaço do
corpo e da alma: os filhos.
Embora tenha esperado talvez anos por essa tão sonhada ‘liberdade’,
vê-se nesse momento como um prisioneiro que acabou de obter o alvará.
O que fazer? Para onde ir? Como recomeçar?
A sociedade não reconhece o separado como enlutado, pois a
separação é tida como o rompimento de um pacto social e religioso: até que a
morte nos separe. Sendo assim, não conte com parentes, patrões e amigos para
entenderem sua dor. Não respeitarão seu sofrimento. Não darão tempo para você refletir
e elaborar o luto pela convivência perdida com os filhos, muito pelo contrário,
vão tornar seu rompimento ainda mais doloroso e você será penalizado por
cobranças sociais. Todos no seu entorno parecem compactuar para manter acessa a
dor pela falência do matrimônio.
Como quebrar os laços sem pena, sem sentir-se culpado? Como
deixar tudo sem olhar para trás com tristeza e amargura?
Contudo, sabemos que não podemos demorar por mais tempo – a vida
nos chama e devemos partir.
De bom grado levaríamos tudo o que aqui esta. Mas como
fazê-lo?
Dos bens móveis e imóveis podemos abrir mão. O capitalismo
que nos rege dará oportunidade de comprar outros, mesmo que em parcelas a
perder de vista, mas e os filhos?
Como não consentir que a separação matrimonial nos separe e
que anos que passamos juntos não se tornem apenas uma lembrança?
Como não perder todo o processo do desenvolvimento infantil?
Como não perder o convívio diário embora morando em casas separadas? Como
explicar aos pequenos que a família não acabou, ela apenas se transformou
com a mudança do papai para outra casa? Como fazê-los entender que a única coisa
que mudou é a constituição da família como era, pai, mãe e filhos
reunidos e que agora terá que se reunir em duplas: pai-filho e depois
mãe-filho, mas que o amor não muda em nada por isso?
Como fazê-los entender que as atribuições e o compromisso de
pais e filhos permanecem?
Eliana Ribeti Nazareth, diz: “ As responsabilidades de todos
pela qualidade da relação afetiva, mesmo que proporcional às idades, funções e
hierarquia dos membros, permanece”, e ‘É atribuição de pais e filhos, ZELAR pela
permanência das relações de afeto.”
Notem que não é só do pai, mas do filho também, o dever de
zelar pelo vínculo amoroso afetivo, por isso, sempre que possível deixe-o
ciente de que seu amor nada mudou. O que mudou foi apenas seu domicilio.
Por causa da alienação parental tenho vistos vários recordes
que ninguém quer quebrar. Pais me procuram desesperados, porque não vêm seus
filhos há 8 dias, outros, há 29, 37, 74, 147, 202, 291.......3.655 dias.
Não importa o período sem convivência. É direito da criança
e adolescente conviver com ambos os genitores, mas na prática o comum é ver que
o detentor da guarda (geralmente a mãe) não respeita esse direito e ressentido
pela separação conjugal insista em estendê-la aos filhos e de tanto lhes
embutirem essa ideia, os filhos se divorciam do pai por livre e espontânea
pressão da mãe.
A Lei da Guarda compartilhada esta ai para minimizar os
efeitos dessa prática, mas muitos juízes não a estão cumprindo. Por esse motivo
estamos realizando no dia 29 de abril das 12 às 14 horas o 2º Ato em prol da
aplicação da Guarda compartilhada.
Se você não quer perder momentos imperdíveis do
desenvolvimento físico e emocional do seu filho, compareça.
Você não esta sozinho. Somos 20 milhões de pais que perdemos
diariamente a evolução dos nossos pequenos seres ‘recém-chegados’ ao mundo por
causa da proibição de convivência. Pai NÃO é visita. Não é só na certidão de
nascimento que você deve estar presente. Não perca momentos imperdíveis!
Diga NÃO à alienação parental e veja o seu bebê levando à
boca os primeiros objetos, acompanhe o nascimento e o crescer do primeiro
dentinho, o sentar, o engatinhar, os primeiros passos. Não se permita perder as
primeiras palavras, e que estas sejam: “mama” e “papa”, “nenê”, “vovó” e “vovô”.
Não perca as primeiras frases espontâneas, as curiosidades,
o monte de por quês, as brincadeiras de esconde-esconde.
É um DIREITO seu ver sua filhinha vestida de Branca de Neve
ou Pocahontas nas festinhas da escola....aos pais de meninos, as fantasias de
Batman, Homem Aranha ou Super Homem. Permita-se entrar no maravilhoso mundo
imaginário da criança.
Não perca momentos imperdíveis como levar pela primeira vez
o pequeno para dormir na casa de um amiguinho............Não perca os Natais,
as festas de Ano Novo, a Primeira comunhão...
Não seja um estrangeiro para teu filho. Não perca os
primeiros fiozinhos de bigode, a primeira namorada, as baladinhas, o engrossar
do tom da voz. Papais de meninas conheçam o primeiro amor das suas menininhas e
curtam esse ‘ciúminho’ gostoso. Participem das competições de natação,
apresentações de ballet....
Não condenem seus filhos a sofrerem a ausência de tua face
por conta de uma perversa alienadora. Peça Guarda Compartilhada já, mesmo que
se sinta nadando contra a corrente. Nade, mesmo que for para ‘morrer na praia’.
Pelo menos seu filho quando crescer terá orgulho de ter um pai que morreu por
uma causa e isso não é derrota, é sinal de conquista, sinal de quem não teme a
luta contra a alienação parental.