domingo, 1 de fevereiro de 2015

Quando o abandono afetivo vem dos filhos: Carta de um pai.

Quando o abandono afetivo vem dos filhos: Carta de um pai.
Meu filho quantas foram as noites e ainda serão muitas que, no silêncio de um fingido sono, ao lado da minha esposa, passei boa parte rolando de um lado para o outro, pensando onde estaria você naquele momento.
Aguardo seu telefonema debaixo da sobra de ilusões, tudo em vão. Agora são mais de 3 horas da manhã e vejo que você esta on line no WhatsApp, no entanto, não respondeu às minhas mensagens enviadas durante os dias.......
Sem a tua presença meus sentimentos vão ficando ainda mais vazios.
As esperanças não cessam e me fazem acreditar que você vai ligar. E eu espero. Espero um dia após o outro. Nem a emoção o tempo respeita. Sem piedade as horas passam.
Como água num rio represado a saudade só aumenta. Também aumenta a vontade de sentir seu abraço e seu beijo. Até das lutinhas  e Arqueiros estou com saudades.
Mas nada, nada para aliviar meu tormento. Nenhum e-mail, nenhuma mensagem, Nada. Nenhum telefonema à cobrar.
Aos poucos com a demora o coração e a mente envolvem-me. O espaço e o desespero entram em choque e todos meus sentimentos se retorcem.
Abrem-se as comportas do coração e o que não cabe nos olhos, transborda. Choro de angustia, de ansiedade, de mágoa represada.
Sentimentos misturados e desenfreados atingem em ultima instância a raiva, a falta de confiança, o ódio da alienação parental.
Meu retrato é a cópia fiel da decepção e frustração. Mais um final de semana sem te ver, sem ouvir sua voz a me chamar: - Papai!
Por terra a esperança.  Desolação ao ver que toda minha confiança foi depositada numa mensagem de contato.
Esperar pelo filho que não vem é um enlamaçado de sentimentos ruins, aflições, indiferenças, culpas, angustias, angustias e agonia.
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