quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A águia e a galinha. Falsa acusação de abuso sexual. Caso III

Relendo o conto de Leonardo Boff: A águia e a galinha, fiz analogia com um persistente e dedicado pai que me enviou 111 horas de gravações em vídeo de quase 40 “Torturas” assistidas. Vejamos o que diz a história:
                   “Com pena de um filhote de águia que havia caído do ninho, um camponês o levou para sua casa e tratou-a dia a dia. Aos poucos foi se recuperando, sem ter onde deixá-la, colocou-a no galinheiro, junto com as suas galinhas.
                   E assim, a aguiazinha foi crescendo e aprendeu a se comportar
exatamente como as galinhas.
                   Os anos se passaram.  Certo dia, o camponês recebeu a visita de um naturalista que, ao ver a águia no galinheiro, afirmou:
                   "Este pássaro não é uma galinha, é uma águia, a rainha das aves, aquela que voa mais alto e que mais perto chega do céu e do sol.  A maior de todas as aves".
                   O camponês confirmou o que ouviu, mas retrucou:
                   "Não.
Ela já foi uma águia. Ela foi águia quando nasceu, mas hoje é uma galinhaVeja, ela se comporta exatamente igual às galinhas".
                   O naturalista não se conformou e pediu ao camponês para deixá-lo libertar a águia. O camponês não tinha nada a opor, mas advertiu:
                   "Não adianta.  Você verá que ela não é mais uma águia, pois eu não sei há quanto tempo ela já está aqui e durante todos esses anos ela sempre se comportou como uma galinha".
                   O naturalista pegou a águia e disse:
                   "Você sempre foi, é e sempre será uma águia.  Você nasceu para voar muito alto, para ser a maior de todas as aves, a mais poderosa.
  Você não é uma simples galinha.  Vamos, voe em direção ao céu e ao sol, pois é o seu destino".
                   A águia olhou para baixo, viu as galinhas e pulou para o chão, ficando entre elas.   O camponês comentou:
                   "Não lhe disse?  Ela perdeu o espírito de águia e agora é uma simples galinha".
                   O naturalista não se conformou e retrucou:
                   "Não. A natureza dela não é essa.  Amanhã vamos levá-la para o alto da montanha mais alta, lá ela verá o sol e voará como uma águia que é".
                   E assim fizeram.  No dia seguinte levaram a águia até o alto da montanha mais alta e o naturalista repetiu:
                   "Vamos! Você é uma águia, uma das mais belas criações da natureza.   Você foi feita para vencer, não pode continuar agindo como uma simples galinha. Voe. Observe o céu e o sol, eles são os seus objetivos, e não a terra, o chão de um galinheiro".
                   A princípio a águia, de forma muito medrosa, procurou as galinhas, mas como não as encontrou por perto, passou nervosamente a bater as suas enormes asas, com quase 3 metros de envergadura; aos poucos foi criando coragem e depois de algumas tentativas frustradas e de muito medo conseguiu alçar pequenos voos.  Mais um pouco e ela se sentiu com a coragem necessária para voar em direção ao sol e ao céu; e lá foi ela, galhardamente, realizar o seu projeto de vida, para o qual havia sido criada.
A história que vou contar é de mais um pai Herói que após o divórcio teve o contato com a filha dificultado. Percebendo que o pai entraria com pedido de regulamentação de visitas a mãe se muda de estado para não só interromper o convívio entre pai e filha como também toda a família paterna (avós, tios, tias, primos). Além do afastamento a criança foi afetada que pela abrupta mudança de escola e do meio social em que sempre viveu.
Pais que já passaram por isso sabem quais serão os próximos passos: Medida Protetiva baseada na Lei Maria da Penha e posteriormente uma FALSA ACUSAÇÃO DE ABUSO SEXUAL.
No trâmite do procedimento criminal ficou amplamente comprovada a inocorrência do fato e processo foi arquivado, sob o fundamento de inexistirem provas das fantasiosas alegações da Ré.
Estando já a meses sem ter contato algum com a filha, em sua defesa o Autor requereu o direito de visitas, ainda que na forma monitorada nas dependências do Foro, para não perder definitivamente os laços de afetividade com a filha. O que o pai não sabia é que as “torturas assistidas’ durariam bem mais de dois anos, o que pela distância entre os estados o levou à exaustão física, emocional e financeira. 
Fora isso a menina com que a mãe fugiu na calada da noite, não era a mesma dos tempos de outrora e o pai teve que ser muito persistente tal qual o naturalista do conto acima para trazer a criança de volta à realidade.
A menina dizia:
- Eu perco tudo que você me dá. Não adianta me dar nada, porque eu guardo no guarda roupa e perco.
- Você é meu tio. Eu tenho outro pai.
- Você não pode ir na reunião da minha escola e nem na festa do dia dos pais, porque ninguém te conhece, porque você NÃO é meu pai.
Garota se recusa veementemente aceitar o sobrenome do pai. Repete dezenas de vezes o sobrenome do padrasto e chega a dizer:
- Eu vou pedir pra minha mãe ‘por FIM’ no meu nome. Eu vou falar pra ela ‘fazer um fim’ novo pro meu nome.
- Não me chamo Menina de Tal. Me chamo Menina “Y”.
- Olha, não vai na minha escola, porque a professora JÁ SABE QUE EU TENHO PAI, e ela NÃO SABE QUE TEM VOCÊ.
- Meu pai se chama Fulano. Você é meu tio.
- Eu queria ir na sua cidade, mas minha mãe não vai deixar. Se eu for na sua cidade não posso ver você, só posso ver as minhas amigas.
- Da outra vez que vier aqui pode trazer novas canetinhas, massinha e panelinhas, porque as que você trouxe a minha mãe jogou no lixo?
- Eu não vou na sua casa, porque você é mau e tentou furar minha perereca com o dedo.
Ao ser perguntada quando e como foi isso a menina respondeu:
- Eu não sei, porque eu não me lembro. Eu era muito bebê, mas minha MÃE LEMBRA. Sabe, aconteceu no hospital quando a minha mãe me teve!
O que demonstra claramente a prática de alienação parental, com implantação de falsas memórias na criança.
Incansavelmente o pai que foi inocentado da falsa denúncia continua visitando a criança como se preso fosse. A ‘pequena águia’ nem sabe que seu sagrado direito de voar está sendo ceifado.
Alguns pais ao se verem no galinheiro perdem a coragem e desistem de lutar pela convivência com os filhos, mas pais, vocês são águias e dentro do galinheiro tem um filhote. Vocês precisam superar os obstáculos que se apresentam para poderem ter acesso à criança e direcionar seu ‘voo’.
Abandonar o filhote com o camponês é a pior das opções. Somente convivendo com você seu filho poderá aprender que existe mundo fora do galinheiro.
Esse pai tem mais de 2 mil tristes fotos das torturas assistidas a que foi injustamente submetido. Passou Natais, Passagens de ano, aniversários, dias dos pais dentro de uma sala vigiado por câmeras e profissionais. Tão logo essa menina complete 18 anos, quero fazer uma exposição desse belíssimo trabalho de amor e dedicação de pai brasileiro que NÃO DESISTE NUNCA!
Ele nos lê. Podem deixar mensagens de solidariedade. Com certeza in box ele irá se identificar.
Abraços a todos pais resilientes que não se conformam em deixar uma águia viver como galinha!
Forças a todos nós. Juntos somos mais fortes!

 


terça-feira, 27 de outubro de 2015

Acusação de abuso sexual contra avó e avô. Caso II


A filha viveu em total dependência financeira da mãe por 32 anos, sempre ociosa e sem desejo de trabalhar, como pode ser verificado durante o processo, no registro em sua Carteira de Trabalho que consta apenas com um único vínculo empregatício que durou apenas doze meses.
A avó relata que o pai da neta, conforme prova Certidão de Nascimento, era desconhecido até o ano de 2011 e por esse motivo o sustento tanto da menina, quanto de sua mãe eram pagos integralmente pela avó, pelo tio-avô e pela bisavó.
A moça viveu na casa materna com a filha até esta completar 6 anos e meio de idade e avó diz que a mãe não dava limites à criança e passava os dias inteiros no computador falando nas redes sociais e não trabalhava.
Não bastasse ter uma filha e não trabalhar, a moça engravida de outro rapaz, mas mesmo assim a avó foi acolhedora e receptiva quando a neta mais nova nasceu.
Todas as despesas desde a gestação da neta sempre foram por conta da avó: médicos/hospital, enxoval, roupas para mãe e bebê, remédios, escola, etc.
Depois de mais de um ano a filha resolve se unir maritalmente com o pai da caçula e se muda de Estado. A avó ficou muito saudosa das netas, mas era impossível logística e financeiramente que ela fosse à casa do casal quinzenalmente, pois isso seria muito dispendioso, além disso, ela tem uma mãe com 87 anos de idade para quem ela prepara a alimentação.
Logo após a mudança de cidade avó narra que as ligações eram sempre feitas à cobrar da neta mais velha para ela, mas o padrasto começa a ficar incomodado com o vínculo amoroso das duas e resolve com conivência da genitora da criança ir fazer uma Denúncia no Conselho Tutelar dizendo que a criança desenvolveu ‘transtorno de ansiedade’ após ter sido presenteada com o celular, mas não a levaram ao médico para que fizesse tratamento adequado, muito pelo contrário, conforme relatado pela criança à avó, o padrasto quebrou o aparelho a fim de acabar com a comunicação entre neta e avó.
Sabendo da falta de condições financeiras da filha, a avó vai para a cidade em que as netas estão morando para levar as roupas delas que haviam ficado em sua casa e segundo ela, foi nesse momento que o “inferno começou”.
O tio-avô (irmão da avó) foi junto e o padrasto da menina o acusa de pedofilia, só, porque ele fez a menina dormir encostado na sua cama, acariciando seus cabelos.  
Falsos Boletins de Ocorrência envolvendo acusações de abuso sexual fazem parte da manipulação do genitor guardião para afastar inexorável e definitivamente os filhos do genitor não guardião (neste caso da avó e avô)É uma tortura e tirania inconcebível e inaceitável com inocentes e indefesas crianças e adolescentes.
Esta é a mais perniciosa e malévola forma que a Alienação Parental pode se apresentar e a mais grave, difícil e destruidora acusação.
A Falsa acusação é muito difícil de ser desvendada e pode demorar tanto tempo, que mesmo se comprovando que a mesma é falsa, a relação do genitor (aqui tio-avô) com os filhos (neste caso, neta) já estará demasiadamente comprometida pela perda dos vínculos, principalmente o amor, o afeto e a confiança. Estes vínculos perdidos dificilmente poderão ser recompostos, causando danos que acompanharão todos pelo resto da vida”. – grifos meus - Analdino Rodrigues Neto. Ong Apaese (Associação de Pais e Mães Separados – SP – Capital).
 O que o padrasto alienante objetiva é evitar o contato entre enteada e a alienada (avó). Para tanto, inúmeras situações são criadas.... exatamente para se obter, em caráter liminar e imediato, uma decisão judicial que impeça o contato parental, através da interrupção da convivência familiar”, o que de fato, conseguiram, porque, não foi levado em conta no Estudo Psicossocial a hipótese de alienação parental.
De lá para cá, a avó passou a viver um calvário, não se sentia mais bem recebida pela filha e seu marido e começa a se hospedar num Hotel, ocasião em que a própria filha, segundo avó levava as crianças para visitá-la, indo buscar as crianças depois, no final do dia).
Padrasto proíbe contato de avó e neta mesmo que esta não seja na sua casa.
 “Ao se ver negada do sagrado direito de visitar suas netas, outra opção não restou, senão lavrar um boletim de Ocorrência junto à Policia Militar a fim de resguardar seus direitos e posteriormente ajuizou a Ação de Regulamentação de visitas, tendo conseguido do MM. Juízo de 1º Grau o deferimento, em sede de ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, o direito de visitar as netas a cada 15 (quinze) dias...”
Fez uma vista assistida por uma Conselheira Tutelar que observava o encontro e disse em relatório que avó acompanhou a neta ao banheiro (de dentro do quarto do hotel onde as visitas aconteciam) e por isso foi acusada de abuso sexual contra a neta.
“Quando perguntaram para mãe sobre as visitas da avó após a determinação judicial a requerida relatou que a filha mais velha na primeira visita ficou muito receosa em ver a avó pois tinha medo de não ser devolvida à mãe. Na segunda vez ela não quis ir e foi convencida pelas conselheiras tutelares. A mãe das crianças informou que após as visitas a caçula apresentou episódios de enurese noturna e a mais velha dificuldade para dormir. Segundo a requerida já se passaram 3 meses da suspensão das visitas e as meninas não falam da avó. Ela avalia que atualmente a saúde psíquica a filha está saudável e considera que o contato com a requerente não é bom para a criança mantendo o interesse na proibição das visitas”.
A avó relembra que de posse da tutela tentou proceder mais uma visitação, mas foi barrada por uma Medida Protetiva com base na chamada Lei Maria da Penha, que a proíbe de se aproximar da filha e do padrasto das netas a uma distância mínima de 500 (quinhentos metros). Notemos que a Medida Protetiva é para mantê-la afastada da filha e não das netas! Uma confusão imensa no Processo e avó e netas não se comunicam de forma alguma há mais de 2 anos.
As últimas frases que transcrevi dos telefonemas da neta mais velha para vovó dão vontade de chorar e datam do ano de 2013, última vez em que se falaram. Por questões éticas vou omitir muitas frase, por isso a conversa parecerá desconexa, mas sintam como a criança ama a avó e o tio-avô (ela o chama de vovô, pois moravam na mesma casa desde que ela nasceu):
- Vovô, não desliga não, quero falar mais um pouquinho com “ocê”.
- É que as vezes eu sinto muita saudades e daí você sabe, né, fico tristinha.
- O, vô, você pode emprestar seu telefone pra vovó falar...
- Ai, vô, essa noite eu até chorei de saudade.
- Vovô, quando você puder, você vem aqui?
- Vovô, você pode passar uma semana aqui?
- O vó, por favor, vem aqui, porque eu estou com saudades.
- Vem, vô, porque eu gosto de ficar com você e com a vovó.
 -Quando você vai aposentar pra vir aqui vó?
- É que às vezes eu sinto muita, muita saudades.
 - É que meu coração fica assim: muito apertado
 - É que eu tenho saudade.
- Você vem em agosto? Você vem pra cá?
- Não, não desliga agora não, vovó.
- Vovó, quando eu abro meu guarda roupa eu lembro que você me deu a roupa e ai eu fico mais tranquila.
-Vovô, você falou com a minha mãe que eu quero ir com você na viagem?
- Vovó é Deus e você e o vovô que me ajudam a viver.

Como o Estudo Psicossocial não levou em consideração a gritante possibilidade de Alienação Parental e SEUS INDICIOS NO PROCESSO?
Os áudios juntados não foram ouvidos. Ninguém se importa que as divergências entre mãe-filha e padrasto da neta estão interferindo nas relações parentais avó neta e seu tio avô.
Não podemos falar em Alienação Parental desvinculada do tempo, porque cada dia, cada semana, cada mês, cada ano nos faz perder momentos que seriam imperdíveis. Por esse motivo, para o bem das crianças seria necessário urgência no restabelecimento dos vínculos amorosos afetivos com a avó já idosa, tio-avô e com sua bisavó que já conta com mais de oitenta e sete anos.  Já tem dois anos que nada acontece no Processo. Até quando o judiciário vai compactuar com a alienação parental e destruição das famílias?
A criança nunca é propriedade dos pais, mas pessoa titular de direitos que merece ser respeitada, bem como ter uma vida saudável e feliz. Não se justifica a proibição entre avó e neta se não há qualquer risco para a menor.
Dessa triste história de ausências, as netas são as principais vítimas.    


domingo, 25 de outubro de 2015

Falsas denúncias de abuso sexual. Caso I

Antigamente apenas quem tinha membro sexual masculino era acusado de estupro de vulnerável, mas isso mudou. Estou trabalhando em casos que pais, mães, madrastas, avós, tias e até uma criança de 6 anos estão sendo acusados FALSAMENTE de abuso sexual. É uma mentira mais ridícula e surreal que a outra, mas o Judiciário bercinho acolhedor do alienador parental não só recebe a denúncia como a modifica totalmente à favor do mentiroso no decorrer do processo. À partir de hoje vou começar a postar as absurdas histórias reais dos acusados.
Como sempre, tudo começa com ERA UMA VEZ UM CASAL QUE SE SEPAROU, dessa união restou um fruto: uma criança (mas ninguém se lembra disso).
No segundo capítulo temos uma Medida Protetiva de afastamento do Lar. Depois uma DECISÃO determinando separação de corpos, com afastamento do marido do lar conjugal, já que a requerente é mulher, com filha menor e presumivelmente terá mais dificuldades de acomodação do que o requerido, homem, desacompanhado de mulher e filhos, deverá ela permanecer na residência do casal, afastado o requerido da aludida residência.”
Quinze dias depois a filha vai para visita na nova casa paterna. A menina brincou normalmente no quintal da residência, também na piscina. No final do dia pai entregou a filha a sua genitora.
Mãe repara que menina está sem calcinha e pergunta o porquê. Garota responde que após tirar o biquíni não achou na mochila nenhuma calcinha e informou que não sofreu qualquer tipo de molestação por parte de seu genitor, disse que ela tomou banho e se trocou sozinha. (Sei disso pelo relato que a garota fez para Delegado – Estou com o Processo físico em mãos).
Eu não tenho dúvidas que a mãe não mandou a peça intima de propósito, porque três dias depois a genitora vai até a Delegacia e diz que no dia seguinte quando a vítima foi ao banheiro para evacuar , houve um sangramento no seu ânus; que foi constatado pela mãe, quando a mesma realizou a higiene do local, sendo certo que ainda no dia em que voltou da casa paterna foi constatado o sangramento através da calcinha da vítima, diante dos fatos a genitora a levou para uma consulta médica com a ginecologista que constatou lesões nas regiões genital e anal.
Uma garota de quase 10 anos de idade necessita que a mãe faça higiene do local após a quase pré-adolescente evacuar? Se ela estava sem calcinha, como a mãe constatou sangramento através da calcinha da vítima?
Diferentemente do que ela diz o ginecologista em Laudo anexado ao Processo afirma que: ‘as regiões genital e anal não apresentavam lesões aparentes recentes ou antigas e sim ASSADURAS e que foi receitado um creme à base de corticoides.
O LAUDO IML CONCLUI: As áreas avermelhadas descritas podem ser pela fricção da própria roupa contra a pele (ASSADURA). Portanto, pode-se concluir QUE NÃO HOUVE conjunção carnal, HÍMEN sem roturas”.
Delegado concluí:
“Diante dos fatos s.m.j considerando insuficiente o conjunto probatório dos autos em demonstrar materialidade e indícios de autoria deixo de formalizar o indiciamento de Srº Fulano”.
Mãe volta à Delegacia meses depois e diz que pai costumava ver sites pornográficos relacionados a pedofilia e que na casa ele tinha objetos ‘de sex shop’ e diz também que ele acessa sites de conteúdos pornográficos de adultos.
Polícia da busca e apreensão na casa e no trabalho do genitor. Relatório conclusivo da investigação do Setor relata: “NADA DE ILICITO OU RELACIONADO A PORNOGRAFIA FOI ENCONTRADO, vistoriamos todas as dependências da casa e seus pertences”. Em relação ao notebook apreendido:
 “Analisando o conteúdo dos arquivos do notebook objetivando localizar imagens e textos que denotem crimes relacionados a pratica de pedofilia ou outros crimes, esclareço que iniciei os trabalhos visualizando os arquivos da pasta “Lixeira”, em seguida as pastas “Imagens”, “Downloads”, “Vídeos” e todos os demais arquivos de textos e nenhum arquivo de interesse policial fora encontrado uma vez que fotos e vídeos mostram apenas cenas normais de convívio familiar, ambiente escolar e lazer. Nos arquivos de texto apenas documentos de trabalho e artigos relacionados a religião entre outros assuntos corriqueiros.
Dez meses depois do início da denúncia a mãe volta à Delegacia para acrescentar mais um fato , “...acrescenta que em conversa com a filha sobre o assunto relacionado aos fatos em apuração no Inquérito Policial,  e a declarante conseguiu ouvir dela a seguinte frase:” Ele mexeu nas minhas partes intimas” e que ‘teria doído muito’, referindo-se ao pai quando esteve com ele, que a menina não deu detalhes de como o fato aconteceu, não conseguiu dizer à declarante se houve penetração através do uso de algum objeto ou dedos da mão ou através de pênis...”. A declarante levou a filha para ser consultada por duas psicólogas, PORÉM AS REFERIDAS PSICÓLOGAS NÃO EMITIRAM OS LAUDOS E PARECERES...”
IMPLANTAÇÃO DE FALSAS MEMÓRIASMais de UM ANO depois da denúncia inicial genitora volta com a criança na Delegacia. A menina prestou as seguintes declarações:
“....Certo dia eu fui visitar o pai e nesse dia ele mexeu no meu corpo. Ele mexeu na região da minha calcinha. Ele chegou a tirar a minha calcinha e colocou o dedo em mim. Antes disso, meu pai deu um remedinho pra mim e falou que era pra dor de barriga. Depois disso eu não conseguia mais andar. Então ele me levou para o quarto e me colocou na cama de bruços. Eu estava com sono por causa do remédio e então ele dobrou minha perna. Eu queria ver o que estava acontecendo mas não consegui. Só senti dor. Eu pedi pra ele parar por duas vezes, mas mesmo assim ele continuou. Parecia que ele estava dando uma injeção em mim. Eu senti dor na parte da frente e não atrás. Ele não tirou minha roupa, tirou só a calcinha. Ele fez isso comigo só uma vez. Depois disso nunca mais voltei na casa dele. Depois, no outro dia em casa, quando fui tomar banho, saiu sangue de trás, por onde a gente faz cocô”.

Lendo o Processo na íntegra notei várias inconsistências nos relatos. Notem que menina diz: Quando eu fui TOMAR BANHO, mas mãe afirma no primeiro TERMO DE DECLARAÇÃO “que quando a filha foi ao banheiro para EVACUAR houve um sangramento em seu ânus foi constatado pela declarante quando a mesma realizou a higiene no local”.  Já no primeiro TERMO DE DECLARAÇÃO DA MENINA, ela diz que o sangramento foi visto pela avó. Um ano depois parece que foi visto por ela na hora do banho.
UM ANO E MEIO DEPOIS.........
RELATÓRIO PSICOLÓGICO.
“...A criança negou o abuso e informou que havia machucado o local com sabonete, verbalizou que NÃO SABIA se lembrar do fato direito. Sobre o local onde o pai supostamente teria mexido, a criança verbalizou NÃO LEMBRAR-SE se foi na frente ou atrás.
Ora, se fosse verdade a criança NÃO ESQUECERIA e SABERIA PRECISAR MUITO BEM COMO FOI.
 A psicóloga diz que a criança reagiu timidamente e durante todo atendimento forneceu respostas curtas aos questionamentos realizados pela avaliadora.
“...a criança mostrou-se confusa e ansiosa
“A criança verbalizou medo em relação ao acusado e verbalizou não querer ir com ele.”
“Ao falar sobre o motivo do presente atendimento, a criança verbalizou com fluidez sobre o dia que passou com seu genitor até a hora do banho, INTERROMPENDO SEU RELATO nesse momento. ABAIXOU A CABEÇA E PERMANECEU ALGUM TEMPO QUIETA. MOSTROU-SE CONSTRANGIDA AO VERBALIZAR SOBRE O SUPOSTO ABUSO.
“...Forneceu POUCOS DETALHES sobre a situação, mesmo após estimulada e mostrou-se CONFUSA EM RELAÇÃO A ALGUNS DETALHES DOS SUPOSTOS ATOS SOFRIDOS.
O transcurso do tempo NÃO transforma as lembranças de coisas realmente vividas, MAS TRANSFORMA RADICALMENTE O DISCURSO da criança quando a acusação É FALSA.
Por sugestões do alienador, neste caso da mãe, a criança distorceu os fatos com o passar dos anos. ISSO EXPLICA AS CONTRADIÇÕES ENTRE OS PRIMEIROS E ÚLTIMOS DEPOIMENTOS DA CRIANÇA.
Hoje a PERCEPÇÃO da criança acerca do último dia que passou com pai REVELA A INFLUÊNCIA da GENITORA. AO PRESENCIÁ-LA a repetir para toda parentela e amigos sobre a Falsa denúncia a criança aprendeu a fazer o mesmo.
Em dois anos de Processo ninguém levantou a hipótese de alienação parental, muito pelo contrário, o MINISTÉRIO PÚBLICO acata a denúncia COM O ÚLTIMO RELATO DA MENINA (1 ano e meio depois do primeiro relato).
“Consta no incluso inquérito policial que na condição de pai Srº FULANO estuprou a vulnerável Fulana, sua filha que possuía nove anos de idade na época do fato.
“No dia do fato, a criança foi passar o dia com o denunciado, ocasião em que ele (abusando de sua condição de ascendente) a estuprou, ministrou-lhe um remédio de dormir, levou-a para o quarto, tirou sua calcinha e introduziu os dedos na região anal. Nesse momento, a criança sentiu dor (semelhante a uma picada de agulha), chegou a pedir para ele parar, sem sucesso. Após a consumação do ato, a vítima retornou para sua casa e sua mãe verificou que ela estava sem calcinha e com sangramento anal.
Diante disso, a genitora levou a filha ao médico e a ginecologista constatou a presença de lesões na região genital e anal”.
Com essa denúncia do Ministério Público o pai pode ser preso, estuprado ou morto na cadeia por um crime que não cometeu. O Relatório Psicológico foi entregue sem que nenhum teste projetivo ou de personalidade fosse feito.
Indícios claros de Alienação Parental da mãe contra o pai que não foram levados em consideração nestas avaliações, bem como indícios de uma distorção dos fatos que podem ter levado à ocorrência de uma acusação de abuso sexual falsa.
Ninguém se importou em estudar minunciosamente a história da separação litigiosa do casal nem se preocuparam com a natureza da relação deles antes do divórcio. Não levaram em conta a Medida Protetiva imposta pela mãe para que ele não se aproximasse da casa que era dele desde seu primeiro casamento há mais de 34 anos atrás.
Ninguém se importa com dois anos de afastamento de pai e filha. Ninguém se importa com os vínculos perdidos. Ninguém se importa com o tempo que passa e destrói e apaga as imagens do pai no imaginário da criança.
Se você é um ser vivo, TOME muito CUIDADO ao buscar a criança. Verifique se na mochila tem calcinha e se essas não estão sujas ou manchadas de sangue. Verifique se a criança está com calcinha, mas não tire fotos, porque senão você será acusado de guardas fotos da filha com calcinha. Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come.
Lembrem-se SEMPRE QUE O JUDICIÁRIO VAI ABSORVER TUDO QUE O ALIENADOR FALAR.
Os acusados estão à mercê das autoridades que não dão chance de resposta ao monstruoso ‘abusador’, mas acolhem toda e qualquer denúncia por mais maluca que pareça quando feita pelo dissimulado alienador.
Durante a semana vou postar falsas acusações feitas contra mães, avós do sexo masculino e feminino, tias, tios, bisavós, madrastas, etc.
É por isso que cada dia que passa estudo mais. Nunca quero ser a responsável por um estudo mal feito, muito pelo contrário quero ser conhecida por localizar e denunciar os erros, impugnar os estudos errados e fazer novos com embasamento teóricos que ajudem o juiz na decisão correta.
Desejo a todos que passam por essa situação que a Justiça seja feita e que o falso acusador seja punido.
Abraços e sucesso na nossa luta.





quarta-feira, 21 de outubro de 2015

As resilientes novas esposas do pai alienado.


A alienação parental não atinge apenas o genitor afastado, mas também sua família, principalmente a nova companheira que é abrigo de mágoas, ancoradouro de conflitos de comportamentos, atitudes e sentimentos. É a nova esposa que segura a ansiedade e depressão dos membros da família alienada. E é a ela que rendo minha homenagem hoje.

A nova parceira enfrenta sentimentos de culpa, tristeza, e exaustão ao ver seu companheiro se deteriorando gradualmente pela ausência dos filhos ou pelos litígios na justiça. Um problema comum entre as novas esposas consistem em se sacrificarem a serviço dos cuidados da pessoa alienada. O ressentimento que aos poucos se desenvolve por este auto sacrifício frequentemente é suprimido em vista dos sentimentos de culpa que produz.

A terapia pode ajudar a compreender essa mistura de sentimentos associada com o fato de verem um ente querido declinar física, emocional e financeiramente e pode oferecer entendimento e permissão para expressão de sentimentos.

O primeiro passo consiste em desenvolver uma aliança que pode ser conseguida permitindo que os indivíduos falem sobre suas tensões. Em momentos de estresse extremo os conflitos entre os membros tendem a intensificar-se. É importante redirecionar a atenção para confrontação do estresse em vez de para a culpabilização mútua ou discussões infrutíferas. Aberturas de canais de comunicação entre o casal pode ser extremamente útil.

Muitos relutam em falar ao parceiro que estes se parecem ou de fato são moribundos emocionais. Notam que a depressão toma conta da vida do outro, mas por medo de sobrecarregar o companheiro, nada dizem.  A discussão deve ser encorajada, tópicos devem ser levantados quando todos estiverem presentes: o alienado, seus pais, irmãos, sobrinhos, novos filhos, etc. Todos devem estar empenhados em aprender o que é alienação parental, como os atos são praticados e quais as consequências dessa prática na vida de todos envolvidos.

O grau de desconhecimento da família sobre o assunto pode afetar o índice de recuperação, o retorno dos sintomas e o ajuste pós-recuperação do alienado, por exemplo, se o pai alienado tem uma mãe que não entende o tema alienação parental e fica do lado da ex nora acreditando que ele está abandonando o filho afetivamente, ou se fica com raiva do neto alienado, porque ele não vem visita-la, ela piora o estado emocional do filho, pois ele não se sente compreendido. Cada crítica infundada afundará ainda mais o alienado para o poço de angustias, desespero, sentimentos de impotência, vontade de morrer ou de matar.

Não é nada fácil para a mulher recém chegada à vida de um alienado suportar a ex mulher alienadora com seus jogos e distorções da realidade. Num primeiro momento ela fará os filhos e parentela paterna a acreditar que o romance começou quando ainda estavam casados e quase todos terão raiva da “destruidora” de lares. Algumas sogras vão olhar torto para aquela “que é a culpada” do afastamento de pai e filho. Não pensem que é fácil encarar a todos no almoço de domingo. A nova esposa será odiada pelos cunhados, sogros, sobrinhos e muitas vezes ela vai desejar sair da vida do marido para que seus problemas acabem.

E é ai que ‘mora o perigo’. A nova esposa começa a internalizar uma culpa que não é, nunca foi e nunca será dela. A culpa é da personalidade psicopata da alienadora que prefere ver o ex morto que feliz. “O que não foi seu não será de mais ninguém”.
A alienadora vai se empenhar de todas as formas para fazer a nova companheira se afastar. Somente as resilientes permanecem. Na área da psicologia, a resiliência é a capacidade de uma pessoa lidar com seus próprios problemas e dos outros, vencer obstáculos e não ceder à pressão, seja qual for a situação.

É bem comum parentes dizerem:

- Nossa, a Fulana afastava todas as namoradas que o Sicrano arrumava. Você é a única que ‘sobreviveu’.

É como se quem ficasse no casamento mostrasse que: “aqui tem café no bule!”. Só permanece com um alienado uma mulher muito forte que saiba superar os ‘embaraços’, os contratempos do dia a dia e resista à pressão, muita, muita pressão. Só quem é capaz de lidar com problemas e situações adversas permanece.

As ex mulheres do alienado são psicopatas com transtornos de personalidade paranoide “que caracterizam-se por suspeitas constantes e desconfianças quanto as pessoas em geral. Recusam qualquer responsabilidade por seus próprios sentimentos e atribuem a responsabilidade a outros. Frequentemente são hostis, irritáveis e coléricas. ‘As colecionadoras de injustiças’, o conjugue com ciúme patológico e os indivíduos litigiosos tem transtorno de personalidade paranoide.

Esses indivíduos raramente buscam ou aceitam ajuda ou tratamento. Parece que se manterem “malucas” é o maior prazer pra infernizar a vida do ex conjugue. Evitam a todo custo ficarem saudáveis emocionalmente.

O conteúdo de seus pensamentos mostram sempre evidências de projeção: tudo é culpa do outro, no caso, a culpa agora é sua: nova esposa!

Interpretam ações alheias como deliberadamente humilhantes ou ameaçadoras. Tudo que a nova esposa disser será visto para ela como uma ameaça ou uma humilhação. Se o seu carro for melhor que o dela e você for buscar a criança, foi “só para humilha-la”!

Sempre os indivíduos com esse transtorno acreditam que estão sendo explorados ou prejudicados pelos outros de alguma forma.

Frequentemente questionam, sem justificativas a lealdade e confiabilidade de amigos, colegas, familiares, companheiros.

Externalizam suas próprias emoções e usam como defesa a projeção – isto é, atribuem a outros impulsos e pensamentos que são incapazes de aceitar em si mesmos.
Falsas ilusões/acusações são defendidas de forma lógica com argumentos firmes como se fossem reais.

Os pacientes com esse transtorno orgulham-se de serem racionais e objetivos, mas são justamente o contrário.

Não se preocupam com sofrimento de ninguém, mas se interessam por poder e hierarquia, expressando desdém por aqueles vistos como fracos, doentios ou pobres.
Em situações sociais os indivíduos com transtorno de personalidade paranoide podem parecer práticos e eficientes, mas frequentemente geram medo ou conflito em outros indivíduos.

Muitas vezes são ameaçadores e se faz necessário controla-los ou limitá-los chamando a Polícia.

Curso e prognóstico. Não há estudos adequados e sistemáticos realizados a longo prazo acerca da personalidade do alienador, em alguns indivíduos a condição perdura por toda vida, por isso, ovaciono, saúdo, aplaudo em pé quem não desiste de amar e ser solidário e ajudar o companheiro alienado.

Energia para todas. Muita luta vem pela frente. Muitas Falsas acusações, muitas inverdades estão à caminho, mas mulheres resilientes não se rendem ao estresse. “Bora” ajudar os maridos alienados a administrarem o problema. Muito equilíbrio emocional na gestão do casamento e saúde emocional pra todos!



quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Segredos de liquidificador


Desde 1985 quando Cazuza lançou a música Codinome Beija-Flor eu ficava imaginando o que ele queria dizer com o refrão:

Que só eu que podia
 Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador “.

Esse texto foi feito especialmente para um adolescente que que teve a bravura de me procurar in box com Face Falso, mas que depois de um tempo de conversa foi adulto suficiente pra dizer quem era.

Esse jovem começou a perceber os efeitos bumerangue (brinquedo que quando arremessado volta a quem o jogou) na alienação parental.

Filhos de casal separado, guarda unilateral materna a criança cresceu alijado do pai e com isso sofreu toda sorte de angustias que a ausência do outro pode causar.

Cada um reage de um jeito. Alguns jovens se rebelam, outros se deprimem. O rapaz em questão decidiu morrer. Morrer de fato e simbolicamente. Vítima de alienação parental e suas consequências, ficou internado em um renomado Hospital de Campinas, local onde nos conhecemos.

Perda do interesse pela vida era a principal queixa. Não era exatamente o desejo de morrer que imperava, mas o desejo de parar de sofrer. Nada mais agradava o garoto internado na ala de Psiquiatria.

Deixou de ir para escola. Não tinha mais namorada (“Afinal, não se pode confiar em ninguém”!). Não queria comer, não queria contar sua história ‘aos que não entendiam’.

“Psiquiatras cuidam de louco e eu não sou louco, sou um sofredor. Sofro desde pequeno e não suporto mais esse mundo individualista”.

Eu não era psicóloga da Instituição, mas fui chamada por um parente da mãe do garoto que no primeiro encontro disse:

- Sei que a senhora só cuida de problemas decorrentes do divórcio. Ele é filho de pais separados, mas não tem nada a ver com separação. Ele não quer ver o pai.

Diante dessa informação após a segunda frase do rapaz tirei meu cartão de dentro da bolsa e perguntei:

- Você sabe o que é alienação parental?

- Não.

Expliquei e ele respondeu:

- Você é a primeira pessoa que me entende! Eu vou falar com você.

E ai começaram os ‘segredos de liquidificador’. 

Não existem liquidificadores sutis, silenciosos da mesma forma que não existe alienação parental sem fortíssimas consequências. Os liquidificadores fazem barulho para fora e a alienação faz barulho por dentro, no caso das depressões, e barulho por fora no caso das rebeldias e atos de delinquência.

Logo, o que seria um segredo deixa de ser um ‘segredo’, porque o corpo e os atos dos alienados falam o que a voz não verbaliza.

Quando colocamos as coisas no liquidificador fica tudo MISTURADO: confuso, desmanchado, liquefeito.

No ‘copo do liquidificador’ da separação do casal temos: pai, mãe, filhos, amor, ódio, raiva, mágoa, vingança, dinheiro, desrespeito, parentes e amigos de ambas as partes, etc.

Depois desses ingredientes triturados pelas facas afiadas do fundo do liquidificador a composição física e emocional dos integrantes dessa mistura muda completamente, normalmente ficando com partículas menores ou quase invisíveis e o que era sólido vira liquido.

Pois é exatamente dessa forma que vejo as famílias que sofrem com os problemas decorrentes das separações. Sabemos que ali tem vários integrantes e com eles uma soma de sentimentos, mas não conseguimos saber mais quem é quem ou o que é o que.

Quando tomamos uma batida de frutas podemos afirmar pelo sabor e ou pela cor que tem: banana, maça, mamão, leite, açúcar, aveia, granola, ameixa, leite condensado, creme de leite, mel, achocolatado, etc. Da mesma forma quando ouço o relato de um genitor(a) e ou dos filhos alienados, sei que lá existia um casal conjugal e o fruto ou frutos dessa união. 

Acontece que tudo está diluído em rancores, decepções, mentiras, intrigas, saudades, angustias, ciúmes e é difícil identificar como eram antes de serem triturados pelo litigio.

Vamos voltar ao garoto do texto. Todos os dias recebo dezenas de pedidos de amizade e antes de aceitar dou uma espiadinha no perfil. Esse tinha como amigos apenas 10 grandes pais atuantes do Grupo Alienação Parental, Guarda Compartilhada e Falsas Acusações de Abuso. No lugar da foto uma imagem de morte.

Como sempre respondo a todos, enviei mensagem in box e perguntei:

- Fulano quem é você? Por que me procura com perfil falso? Está claro que você acrescentou amigos em comum para eu te aceitar. Em que posso te ajudar?

Mais de uma semana depois surge a resposta.

- “Eu vi que você é psicóloga na sua capa e pensei em te pedir amizade. Quero te perguntar algumas coisas. É crime a mãe bater no filho? Se meu amigo quiser denunciar a mãe só pra ela não ter mais a guarda, vai dar certo? Ele não quer que ela seja presa!
E continuou. Meu amigo apanhou da mãe e daí o pai disse que se ele denunciasse a mãe ela perderia a guarda. Outra coisa que quero te perguntar. Se a mãe tem a guarda do filho, o mesmo só pode ver o pai a cada 15 dias. Isso é verdade? O filho não pode dormir na casa do pai?

A pessoa de quem eu falo está sendo enganada. O advogado da mãe dele disse que ele não pode dormir na casa do pai e só pode ver ele a cada 15 dias, mas o irmão dele que já é maior de idade pode ir à vontade. 

A mãe dele casou de novo e o pai não.  Ele quer a guarda do filho e o filho quer ir morar com ele. O engraçado é que quando convém à mãe ela deixa o filho ir para casa do pai em menos de 15 dias. Irônico, não?

Antes ela deixava, agora o que a mãe fala é lei. Que raiva!

Ele viajou de férias sendo que meu pai pagou a passagem e a mãe PROIBIU o filho de visitar a avó paterna. E ainda fala que não entende porque o menino chora tanto.

O garoto pensa que a mãe não gosta dele e a mãe vive falando que o pai dele não o ama. Ele tem depressão.

A mãe vive dizendo: Nossa, não entendo porque você gosta mais do seu pai que da sua mãe. Eu tenho RAIVA DE PAIS IRRESPONSÁVEIS.

Ele ligou para avó materna esses dias e disse que amava o pai e a mãe e a vó falaram assim: - é sempre tem um que a gente ama mais. Insinuando que meu amigo gosta mais do pai que da mãe, mas ele gosta dos dois igual.

Não existe ex filho, né!. Hey, mas me diga, porque uma mãe aliena os filhos?  Elas fazem isso conscientemente? Elas amam esses filhos? Sei que a pergunta é meio óbvia, mas penso: será que alguém que faz isso gosta realmente do filho?

Se eu revelar quem sou, você não fica brava?

Eu sou o Fulano de Tal que você conheceu na ala psiquiátrica há 4 meses. Tive alta e você disse pra eu te procurar, pronto, procurei, srsrs.

Vou ter que sair agora da internet.  Assim que puder mando mensagem pra você. Desculpa se não tinha e revelado antes”.

Essa conversa me encheu de alegria e esperança, porque percebi que mesmo no estágio mais grave da alienação parental é possível que o alienado reflita. Na imensa e esmagadora maioria das vezes por conta do pacto de lealdade com genitor alienador o adolescente não consegue expressar seus desejos e sucumbi à depressão. Para chamar atenção dos pais para o problema uma das saídas é adoecer. A doença não deixa de ser uma forma de unir as famílias. Uma doença psiquiátrica tal qual o liquidificador faz ‘desmanchar’ e ‘balançar’ os corações. 

Me disponho a gratuitamente atender os familiares. Pai, mãe e eu moramos em cidades diferentes mas com certeza se nosso pequeno grande herói se fortalecer e conseguir marcar um encontro nós acharemos o meio do caminho para traçar uma nova estrada.

Amigo, no hospital eu te contei parte da minha história e disse que acrescentei meu segundo nome: VALENTINA judicialmente há alguns anos. Pela sua atitude em me procurar vou te apelidar de VALENTIN.

“Bora”, Valentin, passe meu contato pra um dos seus pais e vamos dizer pra eles do que é feita a mistura que está no liquidificador.

Diferentemente do que diz a música, minha orelha é quentinha e aconchegante, vem que você pode contar todos os segredos de liquidificador.

Um abraço bem grande pra você. Tenho absoluta certeza que sairá desta e ainda irá falar sobre alienação parental comigo nas Palestras.

Estou esperando seu novo e Valentino contato.