Todos
pais separados sabem que tudo é eterno enquanto dura, ou, que tudo na vida é
passageiro, menos o motorista. Notem que a piadinha mudou, pois, até o cobrador
ou trocador, como é dito em algumas cidades, é também agora, passageiro em
muitos municípios. Aqui em Campinas mesmo, já faz um tempo que foram
substituídos por uma catraca eletrônica.
Pois
bem, tudo é passageiro, menos a parentalidade. E o que é isso, me perguntou um
leitor.
Embora
o termo seja complexo, vamos utilizar sua definição mais simples: relativo a
parente, ou a pai e mãe, ou seja, tudo passa, mas os laços de sangue, a consanguinidade, estará sempre presente. Podemos
chegar a um laboratório e pedir exame de
DNA, mas não podemos pedir o contrário, por exemplo: retirem meu sangue dessa criança!
Um
filho pode retirar o nome do pai da certidão de nascimento, mas não pode
retirar o DNA que corre em suas veias, sendo assim, goste ou não, o pai e a
mãe, serão, sempre: pai e mãe, independente do desejo das partes.
Da
mesma forma, sem complexidade, conjugalidade é a relação entre pessoas que se unem uma à outra. Independente da
legalização, pessoas que convivem, compartilham a experiência de uma vida a
dois, são conjugues, vivenciam a conjugalidade e esta sim pode ser rompida a qualquer momento e novos conjugues, namorados,
ficantes, namoridos, irão aparecer e sair da vida das pessoas sem maiores
consequências.
Portanto, parentalidade e conjugalidade são coisas distintas e independentes.
Quando um casal se separa, não podem misturar
esses dois institutos.
A relação dos pais e dos filhos não podem ser rompidas, porque o casal
não se relaciona mais amorosamente ou não moram mais na mesma casa.
A história dos ‘parentes’ (pai e filhos) não
pode ser influenciada pela história do casal.
O nascimento de um filho transforma
definitivamente o psiquismo de cada um dos pais. Podemos dizer que provoca uma
nova formação psíquica nos pais. A inclusão de um bebê no psiquismo parental
produz mudanças profundas e irreversíveis.
O estabelecimento de laços amorosos entre pais
e o bebê favorece seu desenvolvimento afetivo e cognitivo, mas ao mesmo tempo,
propicia aos pais o sentimento de serem bons pais.
O bebê é inscrito na história familiar e não só numa certidão de nascimento.
Enquanto casados, ambos os pais transmitem
regras e valores de seus grupos sociais e o casal pratica livremente a
parentalidade: interagem com a criança, brincam, educam, preparam refeições,
levam à escola, ao médico, dentista, enfim, um ajuda o outro na educação e
tarefas do cotidiano, no entanto, quando o casal se separa, o que fica com a
guarda da criança quase sempre deseja
que o filho seja solidário na separação e se separe também do ‘seu parente’. Essa postura é no mínimo
totalmente egoísta. Um filho não e pode
e nem deve se separar de nenhum dos genitores para ser solidário ao que detém
sua guarda.
A parentalidade NUNCA deve ser definida pela relação conjugal. Conflitos do casal
têm que ficar na esfera do casal, ou no caso de separação, do ex casal.
O bom nível de adaptação e equilíbrio nessa
mudança de status: de casado para divorciado, repercute diretamente na vida dos filhos.
Com quem o seu filho passará o dia dos pais?
Com o padrasto
ou com o pai?
O padrasto é ‘passageiro’, o pai não.
Quem irá receber o presente feito na escolinha?
Talvez o vovô. Vovô materno, aposto!
Por que não para papai? O papai se separou de quem mesmo? Ah, da mamãe e não do filhinho. Então, por que não
podem passar o dia dos pais juntos?
Será que as mamãe não estão misturando conjugalidade
com parentalidade e com isso cometendo Alienação Parental?
A alienação é a diminuição
da capacidade dos indivíduos em pensar ou agir por si próprios. Quando se diz que a Alienação é Parental, é porque, o discurso do outro genitor,
diminui a capacidade das crianças em pensarem por si próprios em relação aos
seus parentes. É como se o guardião fizesse uma lavagem cerebral no filho e
este, começasse a olhar o outro pelo olhar do genitor alienador, começa a
enxerga-lo “com defeitos”, como pessoa ‘inapta’ para lhe ofertar cuidados, como
pessoa que merece desprezo, ódio, digno de ser humilhado, ser que serve apenas
para pagar pensão alimentícia e mais nada.
Você está cometendo Alienação Parental? Com
quem seu filho vai passar o dia dos pais?
Se a sua resposta for com qualquer outra pessoa
que não o pai, você tem grande chance de ser uma Alienadora Parental.
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