Pior que um adulto
interferir na formação psicológica da criança ou adolescente para que repudie o genitor ou que cause prejuízo ao
estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este, são DOIS ou mais adultos fazerem a mesma coisa!
Crianças ou
adolescentes mantidos no ‘fogo cruzado’ sofrem pressões dos ataques recíprocos
de ambos os pais e ou avós, padrastos, madrastas, etc. e isso é muito, muito
pior que se sofrem apenas de um.
Os filhos vítimas de
alienação parental CRUZADA manifestam insegurança emocional e dificuldade para
expressar os sentimentos oriundos desse conflito familiar. São expostos a situações humilhantes e constrangedoras,
repetitivas e prolongada e isso além de violência psicológica pode ser
considerado um assédio moral.
Os adultos fazem um cerco de insistência e importunação. A alienação parental é um relacionamento abusivo e a alienação cruzada sempre tem postura
agressiva contra o/a ex conjugue, mas a agressão recai sobre o mais fraco que
não tem o poder de se defender nem física, nem emocionalmente e por isso
dizemos que isso é violência
psicológica!
A alienação parental cruzada faz jus ao dito popular “Atirei no que vi e acertei no que não vi.”
É comum que alienados e alienadores reclamem da mudança de
humor frequente do filho. Isso se dá, porque a criança ou adolescente, para ‘sobreviver’ precisa fazer um pacto de
lealdade com genitor opressor, então, aprende a distorcer e manipular as
situações em benefício próprio e isso demanda muita energia e estressa ‘os
filhos do divórcio’ que geralmente apresentam diversas alterações
comportamentais.
Na alienação parental cruzada o pacto de lealdade
é estabelecido com ambos genitores e frequentemente com a parentela extensa. A criança
ou adolescente não quer desagradar ninguém, porque, sabe que sofrerá sanções de
um e de outro e passa, então, a esconder a felicidade. O amor do pai, da
mãe, dos avós maternos e paternos parecem estar sob constante ameaça é como
se todos dissessem: Se você tomar partido ou gostar do outro genitor e sua
parentela eu NÃO vou mais gostar de você.
Ter que escolher entre seus pais ou ter que viver agradando o
tempo todo todas as pessoas ao redor está em total oposição com o
desenvolvimento emocional harmonioso e saudável da criança ou do adolescente.
A criança ou adolescente que passa por esse processo perde a
individualidade e começa a representar
um ‘personagem’ para cada parente.
Os atores mirins encenam com tamanha perfeição que modificam até a voz adequando-a para cada cenário e essa perda de
personalidade é maléfica para estruturação psíquica dos indivíduos em formação.
Para o pai, por exemplo, podem se mostrar irritados, nervosos,
impacientes, briguentos e se queixarem do convívio com a mãe e com padrasto, desmerecendo,
criticando e reclamando para o genitor de tudo que eles fazem.
Para genitora, nos dias de ida para casa paterna podem se
mostrar ansiosos, com sentimentos de menos valia, ciumentos, descontrolados,
podem iniciar desentendimentos com agressões verbais e dizer que estão agitados
e não se reconhecendo mais só com a hipótese de ter que se encontrar com pai e
com madrasta, sendo que na casa paterna para agradar o genitor reclamam do
padrasto e da mãe.
A criança
que vive sob a vingança cruzada (alienação parental feita por ambos genitores
com participação ou não dos avós e novo/as companheiro/as dos pais), MANIPULAM
toda parentela e fomenta os desentendimentos entre eles. Essa é a forma que encontram para sobreviverem ‘no olho do
furacão’. É como se vestissem uma grossa armadura. A ‘flecha da disputa’
lançada por um genitor bate no alvo com armadura e volta sem rumo para atingir o
outro ou quem está por perto e a
confusão intrafamiliar está formada!
A criança ou adolescente pode demonstrar medo,
arrependimento, podem mentir, chantagear a todos, fazer ameaças suicidas, ficar
tímido, chorar, não querer ir à escola, ficar mais frio emocionalmente, demonstrar
desconfiança de tudo e de todos, ter sentimentos de vingança, querer ficar
isolados, se sentirem estranhos ‘no ninho’, etc.
Sintomas psicossomáticos também são comumente relatados por
quem passa pela alienação parental seja ela simples ou cruzada, os mais comuns
são: sudorese, tremor, vômitos, depressão, cefaleia (dor de cabeça), tonturas,
dores no corpo, desmaios, enurese (xixi na roupa), roer as unhas, demonstrar
cansaço e ou esquecimento, distração, sentir calafrios, distúrbios alimentares
como falta de apetite ou alimentação compulsiva, crises de asma, bronquite,
alergia, etc.
Entendo que o genitor alienado queira se defender da
tentativa do outro “mata-lo” em vida, excluindo-o do cotidiano da criança, mas
isso não lhe dá o direito de fazer alienação
cruzada, porque o principal atingido é quem está no meio da disputa: o filho.
A intervenção clínica (psicoterapia) é indicada para todos os
envolvidos. O psicólogo terapeuta ajudará a lidarem melhor com o novo modelo de
família. Com ajuda profissional os pais
compreenderão melhor a dinâmica dos jogos de manipulação infantil que os
fazem a cada reclamação do filho recorrer ao judiciário.
Muitas vezes a criança ou adolescente mente apenas para obter atenção e não imaginam as consequências
jurídicas que isso pode trazer para vida do acusado. Para não sair do centro
das atenções a criança ou adolescente continua levando a mentira adiante até
que por fim se vê afastado judicialmente do genitor (e esse não era o objetivo)
e acaba confessando que tudo não passou de invenção.
Quando uma criança mente para o
pai, mãe, avós, madrastas, padrastos, professores, elas observam as reações do
ouvinte. Se percebem que a mentira foi bem aceita vão criar mentiras adicionais
para preservar a fonte de atenção que conquistaram.
Muitas crianças e adolescentes relatam as mentiras com grande entusiasmo ou
sofrimento que até parecem verdades tamanha a carga de emoção contida nos
relatos e por isso, são ouvidos com muita atenção embora falando mentira.
Da mesma forma que os alienadores tem um ‘modus operandi’, as crianças
e adolescentes vítimas de alienação parental cruzada, também tem e as mentiras
inventadas são muito parecidas. Essas são as mais comuns (Importante observar que todas essas frases são ditas pela mesma
pessoa):
- Mãe, detesto ir na casa do meu pai, porque a comida que a mulher dele
faz é um ‘lixo’. Quando não quero comer meu pai me bate.
- Nossa, pai, a comida do meu padrasto me dá nojo. Se não quero comer e
eles me forçam e minha mãe me coloca de castigo.
- Mãe, não te liguei, porque, meu pai escondeu o telefone. (Isso de
fato pode ocorrer, mas nesse caso a criança havia passado o dia brincando na
cama elástica e na piscina e não se lembrou de ligar).
- Papai, eu ia te ligar quando viajei com minha mãe, porque, ela
esqueceu o carregador. (No caso em tela a criança passou o dia na praia e só se
lembrou de telefonar no dia seguinte).
- Mãe, não entrei no Skype pra falar com você, porque, o notebook
quebrou. (Criança tinha ido dormir com pai na casa do tio paterno que a genitora
não gosta).
- Pai, não dá pra marcar horário pra falar com você, porque, meu padrasto
usa o computador pra trabalhar. (O horário que pai tem regulamentado para falar
com filho on line, é o mesmo do desenho preferido)
- Mãe, meu pai me xingou e mandou eu calar a boca e minha madrasta
ficou rindo.
- Pai, minha mãe me belisca, puxa minhas orelhas, dá chinelada na boca.
Meu padrasto apoia ela.
- Mãe, quando vou na casa do meu pai ele não dá os remédios.
- Pai, reclamo que estou doente e minha mãe nem liga.
- Vó materna, eu ODEIO meu pai e ODEIO também meus avós paternos.
- Vó paterna, eu DETESTO a mãe e o pai da minha mãe, eles são chatos e
não me levam para lugar nenhum. Quando vou lá pareço um prisioneiro.
- Madrasta, só você sabe cuidar de mim, quando você penteia meu cabelo,
não dói.
- Mãe, a mulher do meu pai puxa minha cabeça pra trás quando penteia
meu cabelo. Chego chorar e ela não para.
- Padrasto, meu pai não me leva no fundo da piscina. Ele é um chato e
imbecil.
- Pai, o marido da minha mãe me levou no fundo e me soltou, quase
afoguei e ele fez isso quando a minha mãe tinha ido na lanchonete.
E por aí vai a rede
de intrigas que vão parar nos Conselhos Tutelares e no judiciário. Verifiquem
se as reclamações da criança são verdadeiras ou se estão obtendo ganhos
secundários com elas (atenção, por exemplo).
E também não se esqueçam que as crianças aprendem com o meio em que
vivem, então, reflitam e vejam o quanto são responsáveis ou co-responsáveis pelos
comportamentos inadequados apresentados pela criança ou adolescente.
O genitor mais saudável não deve ceder aos (des)encantos da alienação parental cruzada. Afinal, alguém tem que
se manter são para zelar pelos interesses dos filhos.