sábado, 1 de agosto de 2015

Meu filho insinuou que não me ama. O que fazer?

A marca registrada do alienado é o estresse. Quando entram na fase crônica o corpo começa a falhar. O raciocínio se torna tão prejudicado que é difícil avaliar objetivamente a situação.

Há uma insanidade progressiva implícita em ser um alienado e a falta de convivência com o filho deixa a insanidade totalmente desenvolvida. O alienado é totalmente incapaz de ver quais são suas escolhas em termos da vida que está vivendo. Grande parte do que faz é em reação ao ex parceiro(a), ou em função dos filhos. O alienado parece não ter mais vida própria. Não consegue se divertir, nem trabalhar direito.

Se torna amargo, a insônia se torna companheira de todas as noites e muitos iniciam períodos de depressão.

Viver nas mãos de um alienador é o mesmo que sofrer um acidente de carro por dia ou passar a vida numa montanha russa. Os terríveis altos e baixos, as surpresas e manobras e a imprevisibilidade e instabilidade no humor do alienador, produz um choque cumulativo, constante e diário no alienado.
O estresse é tamanho que o sujeito deixa de raciocinar. Diariamente pais e mães alienados me procuram dizendo:

- Liliane, meu filho não quer mais ficar comigo. Disse que sei o que ele está passando e que ele me ama, mas ele me perguntou de onde tirei essa ideia. Passei a noite sem dormir.

Pessoal, vamos voltar ao conceito do pacto de lealdade! A criança não pode desagradar o alienador e para agradá-lo, tem que desagradar à você que está “ausente” (vivendo em outra casa).

Façam um exercício. Imaginem-se crianças. Pensem em algum amigo que a mamãe não gostava e vivia dizendo: - Se eu te pegar falando com o Fulano você vai ver o que vai te acontecer!

Depois de lerem, fechem os olhos e revivam alguma situação parecida. Você lá no campinho de futebol, na escola ou na pracinha falando com o tal amigo no maior papo animado, quando de repente é surpreendido pela enfurecida mãe. O que faria se tivesse, 8, 9, 10 anos?

Acredito que todos ficariam vermelhos, suados, o riso daria lugar ao nervoso, à dor de barriga, ao medo e meio sem jeito se afastariam do colega, se virariam para mãe e sem graça, sem olhar nos olhos dela, diriam:

- Foi ele quem me chamou pra brincar. Não tive culpa.

Agora imaginem se o telefone toca e é o ‘dito cujo’ de novo. De que forma vocês atenderiam?
Morrendo de medo, não é? Talvez respondessem:

- Ha, ha. Sim. Não. É. Estou. Hum, hum. Tchau, não quero mais falar.
Atire a primeira pedra quem iria dar risadas e ficar feliz com o telefonema na presença da mamãe.

É justamente assim que a criança se sente. Ela ama o genitor ausente. Sofre com a falta de convivência, mas não tem recursos emocionais internos para ir contra o genitor. Afinal, é o guardião que lhe dá teto, comida, segurança (leva e busca nos lugares: escola, cursos extra curriculares, médicos, dentista, etc), é a família dele que ampara quando ele precisa se ausentar, é ele quem bota pra dormir e conta histórias se necessário. Compra roupas, calçados, brinquedos (nós sabemos que é com dinheiro da pensão, mas a criança não computa isso, ela acha que quem compra é quem pagou ali na hora, na loja ou no supermercado).

A criança pensa: - Meu guardião deve estar falando a verdade. Cuida de mim e quer o meu bem. O genitor ausente ‘foi embora’ de casa. Não deve mesmo gostar muito de mim. Se casou com outra(o) e teve um filhinho. Melhor eu ficar com esse que me cuida mesmo. Vai que eu entristeço o guardião e depois tudo que ele me fala é verdade e o genitor ausente não me quer. O que eu faço da vida? Vou ficar abandonado? E a outra família que nunca mais me viu, será que meus avós vão saber do que eu gosto de comer? Minhas tias sabem onde é minha escola pra me levar caso o novo guardião não possa? Acho melhor eu fazer o ‘pacto de lealdade’ com quem já está comigo, porque, se ele(a) ficar triste pode me mandar embora pra casa do genitor ausente (que já está internalizou o discurso do alienador e vê o alienado como monstro, vilão).

O que fazer?

Permanecer saudável é a principal prioridade. Esse é um desafio difícil: preencher a vida com trabalho agradável, novos amigos e interesses. É um processo lento, passo a passo. Tente ficar feliz, confortável e em paz.

Diga: - Hoje minha recuperação tem que vir em primeiro lugar, caso contrário não restará nada a ninguém.

Se informar é o segundo passo. Muita leitura pra entender o que se passa com a criança para não ficar com raiva dela, que não passa de mais uma vítima do alienador.

Entrar em grupos nas redes sociais é também fundamental. Troque experiências in box e telefone para quem tem problemática parecida.

Além disso, é necessário entrar com uma Ação pedindo a Guarda Compartilhada. Só com tempo equilibrado entre ambos genitores é que a criança poderá ‘conhecer’ seus pais.


Sucesso a todos. 

Um comentário:

  1. hoje Alienação Parental ainda é um crime sem castigo, a legislação efetiva não a abrange, o que por exclusão a protege. O que mais complexifica a questão é difícil forma de se provar, alem do que prova-la juridicamente nada muda de forma real.

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