segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A quem interessa quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha?

Alienadores parentais têm me criticado dizendo que defendo um ou outro sem saber a vida pregressa do ex casal. Eu quero esclarecer que o motivo que levou o casal à separação não me interessa.

Não estamos sob a antiga Lei do divórcio, datada em 1977 que rezava que os filhos menores ficariam com o conjugue que não houvesse dado ‘causa’, ou seja, naquela época se buscava quem estava ‘errado’, quem não havia cumprido corretamente o papel de marido ou de esposa. Por exemplo, se o casamento estava sendo rompido, porque, o homem arrumou uma amante, a guarda dos filhos ficavam com a mulher e vice versa.

Hoje em dia não se busca um ‘culpado’. O que está em jogo é o bem estar da criança e do adolescente e com absoluta certeza o melhor para eles é a convivência com ambos genitores, independente do “culpado” pela separação.  

Dia desses um pai me disse:

- É um absurdo meu filho idolatrar a mãe. Me contaram recentemente em uma reunião familiar que ainda nos primeiros meses de casado ela me traia com meus primos e com o marido de uma prima que aparecia em casa quando eu saia para trabalhar. Quando voltou a estudar se relacionava amorosamente com um colega de classe. Mudamos de cidade e vim a saber que ela mantinha um caso com o marido da dona da Perua que levava nosso filhinho para escola. É triste, mas vim a saber que foi amante do meu patrão. Do vizinho de baixo da nossa casa, do vizinho ao lado e do filho deste também. Imagine a senhora, ela saia com pai e filho! Ela tentava seduzir a todos e nossos amigos nem nos convidavam mais para os eventos, porque as donas das casas ficavam constrangidas com as atitudes dela em relação aos maridos das outras.

E continuou....

- As histórias parecem não ter fim. Disseram que durante o casamento manteve caso com o professor da filha de um amigo meu. Também me contaram que ela me traia com o dono do posto de combustível, com dono da churrascaria. Olha, não vou contar mais nada pra senhora não me chamar de idiota.

- Eu desconfio que o filho não seja meu, mas quando peço DNA ela se esquiva e não faz. Na verdade tenho quase certeza. Tenho medo de pedir o exame na Justiça e provar minha cisma. Já pensou como ficará o coitado do menino? Eu suportei muita coisa por causa dele. Não me separei antes para não vê-lo sofrer.

Ao ouvir a mãe do garoto, ela diz exatamente o contrário. Afirma que quem tinha amantes era ele. Relata que em decorrência de uma primeira gravidez o ex marido ficou tão bravo que a espancou e ela perdeu o bebê.

Nas entrevistas com parentes todos são unanimes em dizer que o homem se sabe estéril e por isso não aceitou a primeira gestação, mas que a moça querendo muito ser mãe deu um ultimato:

- Ou me deixa engravidar de outro, ou me separo de você agora!

O rapaz cedeu e nesse momento se tornou eterno refém nas mãos da detentora do segredo.
A alienação parental iniciou ainda antes do nascimento do bebê e se intensificou a medida que o tempo passou, até que a situação se tornou insustentável. Marido decidiu se separar na ocasião em que pegou em flagrante a esposa com professor do filho num Motel.

Bom, não vou me estender, porque, tudo que eu disse acima não interessa. O que importa é que o sujeito registrou a criança e o criou como se filho fosse (e ninguém sabe que não é) e entrou com pedido de divórcio e regulamentação de visitas, ganhou, mas a convivência não se cumpre.

Eu não preciso saber histórias “reais” que antecederam o rompimento da relação. Não é papel do psicólogo e nem do judiciário buscar o ‘culpado’. Ao psicólogo importa o estado emocional que a criança fica quando submetida a severos atos de alienação parental que a impedem de ter qualquer tipo de contato com o pai ausente.

A única ‘verdade’ que importa ao psicólogo e a verdade que lhe aparece: filhos angustiados com ar entristecido, queda do rendimento pedagógico, faltas escolares, desmotivação para prática de esportes e atividades extra curriculares, alterações de humor e outras infinidades de sintomas que demonstram que a criança não está emocionalmente bem.

Um psicólogo se ocupa do bem estar das crianças e adolescentes. Se ocupa em restabelecer contato e não em saber qual adulto está mentindo mais que o outro. Resolvam suas divergências sem envolver os filhos. Terapia seria uma ótima saída para os pais.

E para mulheres mal amadas e infelizes que após a separação geralmente não ficam com um parceiro mais de quatro meses indico o Grupo MADA (Mulheres que Amam Demais – na internet tem os endereços de onde os encontros acontecem). A simbiose com filho é uma doença tanto quanto a obsessão por destruir a vida do ex parceiro. Neste Grupo você aprenderá a reconhecer as raízes de seus padrões destrutivos. Ele fornecerá um guia para que você consiga quebrar o círculo vicioso da dor, do egoísmo e da inveja e conquistar um modo mais gratificante de viver.

Lembre-se: Um filho nada tem a ver com o passado dos pais e não pode ser manipulado pra ficar a favor de um ou de outro. Um filho precisa ter vida própria, pensamentos próprios. Não arraste seu filho para suas mágoas. Não condene aos seus dissabores com a vida alguém que ‘acaba’ de chegar ao mundo. Suas experiências foram suas. Uma criança e um adolescentes tem DIREITO a ter suas vivências particulares. Tem o DIREITO de enxergar o outro através de seus olhos.

Por não compartilhar o filho você acha que está ‘vencendo’?

Em jogo tramado por psicopata não estou certa que tenha vencedores, mas um PERDEDOR, sei que tem: e ele é seu filho.

Mais uma vez repito: a mim não interessa quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha. Importa apenas que a cria esta ai ‘órfã’ de pai vivo. A mim nem mesmo interessa se ele é o genitor, se é pai biológico ou não. Não tenho nada a ver com problemas de adultos, porque estou à serviço das vítimas indefesas diante desse crime hediondo chamado Alienação Parental.

Alijar filhos de pais é um ato VERGONHOSO. Essa prática era para ser escondida e não enaltecida nas redes sociais. É muita falta de vergonha na cara se gabar, se engrandecer e se vangloriar de “mal criar” uma criança sozinha!




2 comentários:

  1. Hão sempre surgir histórias e discussões entre casais. Uns mais outros menos. Uns certos outros menos. Não importa, de fato, quando a questão descamba para o lado malgrado da balança. O lado mais frágil dessa relação. Assim, esses casais separados viveriam muito melhor se começassem a não enxergar "bens" usando as almas de outros. Porque esses outros são o que há de bom que restou da relação. Não entender isso é como comprar frutas sadias e deixá-las apodrecerem em cima da mesa.

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  2. Liliane, Irmã de Outra Barriga, lapidaste com a costumeira maestria mais um de seus iluminados textos!!!
    Assino, endosso e louvo as belas palavras que lançaste ao público.
    Espero que os ex-casais se envergonhem de suas próprias atitudes, que nada demonstram a respeito da maturidade esperada de seres humanos adultos.

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