sábado, 2 de maio de 2015

Mãe-drasta a erva daninha da sociedade.




À mãe, atribui-se, geralmente, a ideia mítica de ideal de amor e afeição e à madrasta, o oposto: são cruéis, malvadas, hostis, frias.
A mãe seria responsável pelo bem estar psicológico e emocional do filho e a madrasta a vilã diabólica que chegou com o intuito de destruir o vínculo pai-filho.
Frequentemente associadas com bruxas por causa de historinhas como Branca de Neve e Cinderela, as madrastas da vida real não têm vida fácil, principalmente se ela é vítima de uma alienadora parental.
Brigas insignificantes e comuns entre pais e filhos passam agora a ser de responsabilidade da madrasta. Ela será a culpada por tudo à partir do novo casamento do pai. A mãe alienadora irá incutir no imaginário da criança que a madrasta recém chegada a esse antigo triangulo formado pelo pai, mãe e filho, será sinônimo de problema.
Mesmo que o casal esteja separado há anos a mãe dará um jeito de fazer o filho acreditar que essa “víbora maléfica” veio para pôr fim a qualquer esperança de que seus pais reatem. Muito provavelmente leve a culpa por uma briga que nunca a pertenceu. Ela passa a ser a responsável pelo divórcio anterior. Não importa se pai e madrasta nem se conheciam na época da separação do casal. A alienadora fará parecer que “papai se separou de NÓS por causa dela”.
Qualquer problema novo ou antigo será associado à chegada da madrasta.
A mãe vai inserir na figura da madrasta todos seus ressentimentos e mágoas pelo casamento desfeito e fará os mais sórdidos discursos para amedrontar e aterrorizar a criança.
A nova esposa do pai pode a qualquer momento envenenar uma maça e transformar-se numa velha bruxa basta a alienadora vender seu teatral discurso para o filho:
- Cuidado, quando seu pai não estiver por perto essa mulher vai gritar com você, vai te bater, te deixar amarrado.
- Seu pai não é mais o mesmo com você depois que se casou com ela.
- Se o seu pai gostasse mesmo de você, faria ela dar embora o gato, porque, ele sabe muito bem que você é alérgico.
- Essa mulher manda no seu pai. Até o que vocês vão comer é ela quem decide.
- Falando em comer essa folgada vive te dando lanches com preguiça de fazer comida.
- Veja bem, você podia fazer tudo livremente na casa do papai e agora tem as regras dessa mulher. Nem brincar direito mais você pode.
- Essa mulher é doente da cabeça. Você não precisa mais ir para casa deles. Eu vou te dar todo amor. Serei seu pai e sua mãe. Vamos deixar seu pai colher o que plantou, afinal, ele te rejeitou desde a barriga.
- Com o incentivo daquela gorda nojenta seu pai foi fazer denúncias sobre nós no Conselho Tutelar.
- Antes dela chegar na vida do seu pai eu podia ir lá. Agora não posso mais entrar na casa dele e nem falar as verdades que ele precisa ouvir, como por exemplo, que ele paga uma miséria de pensão pra você, mas vive viajando com ela pra cima e pra baixo.
- Eu tenho medo até que essa mulher abuse sexualmente de você só pra me atingir. Ela é uma baita sem vergonha. Ela quer prejudicar a gente.
- Se o seu pai gostasse de você viria te ver aqui em casa, mas ele prefere ficar com a esposinha do que vir ver o filho. Depois vem falar que eu cometo alienação parental.
- Ainda bem que agora você já descobriu que ela te faz mal e não quer mais ir para casa daquela diaba.
- Tenho fé que seu pai vai se arrepender um dia por ter ficado do lado da mulher e ter te abandonado.
- A mamãe nunca vai te abandonar. Você não precisa ‘engolir’ a queridinha do papai.
Se notarmos na prática a madrasta não incomoda a criança e sim incomoda a mãe alienadora que tem por objetivo tornar a vida do novo casal num inferno. Para que isso aconteça ela necessita ter a criança como cumplice, pois se o infante se afeiçoar à nova esposa do pai a alienadora se sentirá ameaçada com medo de perder o amor do filho. Por isso ela modifica a percepção da realidade transformando a nova mulher do pai num verdadeiro mostro humano. No fim das contas ela faz isso por insegurança, por falta de autoestima, pois, cada um tem seu lugar seguro na vida do outro. Os papeis são definidos e ‘tem criança pra todo mundo’: para o pai, para a mãe e também para a madrasta que se afeiçoa à criança que começa a fazer parte do seu cotidiano.
Na alienação parental a mãe tenta envenenar a madrasta, mas quem morre envenenado é o filho que tem sua infância roubada, pois, troca brincadeiras próprias para sua idade para passar horas em Fóruns e Delegacias fazendo falsas denúncias contra o pai
Todas as proibições de visitas à nova casa paterna, toda sorte de ameaças à criança que tenta contato com pai, toda perversidade que cometem violando o direito do filho conviver com pai, tornam essas abomináveis mães em mães-drastas como as bruxas dos contos de Fada.
A figura da madrasta como pintam as histórias é um mito social. Madrasta má, pouco carinhosa, insensível é papo de mãe-drasta que odeia o filho e quer destruir o psicológico dele matando o pai em vida. Mãe-drasta prefere filho órfão que permitir que outra mulher cuide, proteja e oriente a criança em sua ausência.
A Mãe-drasta não suporta a convivência saudável do ex marido com a nova esposa e quando vê que essa nova mulher é parceira que está disposta a apoiar e auxiliar o pai na educação e desenvolvimento da criança ela surta!
Pensar que madrasta não ama é um tremendo preconceito instalado pelos contos infantis e o melhor instrumento contra o preconceito é o esclarecimento.
Crianças que convivem com pai e mãe e se os genitores se casaram, com: pai, mãe, madrasta e padrasto, se tornam mais bem adaptadas nos aspectos de saúde física e mental, relações familiares, adaptação comportamental, social e emocional, além de melhores resultados acadêmicos.
Segundo estatísticas do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, as crianças que crescem com déficit de convivência paterna são significativamente mais afetadas pelos seguintes riscos:
São cinco vezes mais propensas a cometer suicídio, têm nove vezes mais chances de passar por instituições de reeducação, nove vezes mais chances de abandono escolar, são dez vezes mais propensos a toxicodependência, catorze vezes mais propensos a cometer crimes sexuais, vinte vezes mais propensos a sofrer distúrbios comportamentais, vinte vezes mais chances de condenações à reclusão penitenciária e trinta e duas vezes mais propensos à saída prematura de casa.
Mãe, não seja a erva daninha da sociedade. Acorde! Seu filho está sendo o principal agredido pela guarda singular.



2 comentários:

  1. Texto esclarecedor dra. Liliane. Melhoraremos como ser humanos quando a força do bom senso equiparar-se à do instinto, para o bem da criançada....

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  2. Não sei que pensa a justiça e Conselho Tutelar que nem se manifesta e muito menos toca neste assunto que é de seus interesses ??!!

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