Na medida do possível vou trazer casos concretos de
alienação parental para que todos possam verificar como os alienadores
manipulam as conversas, os ex companheiros, os filhos, as histórias. Exageram,
exploram a emoção do outro, distorcem os fatos e faz o alienado se sentir culpado
pelo “”abandono””.
Segundo Richard Gardner, um genitor que inculca a SAP
(síndrome da alienação parental) está sem dúvida perpetrando uma forma de
abuso emocional e sua ‘programação da criança não apenas produz o
afastamento do outro genitor, mas produz também perturbações psiquiátricas
que poderão perdurar pela vida toda da criança. Eu incluiria que essas
perturbações não só acompanham a criança pelo resto da vida, mas acompanha
também o genitor alvo.
Abaixo segue um exemplo de mãe que tenha fazer o pai
acreditar que ela é ‘porta voz’ do filho, mas notem que as observações que ela
faz dizendo serem do filho, não é compatível com a faixa etária da criança que
conta com apenas cinco anos de idade.
“- Ele não gosta da tua mulher, não gosta do jeito que tua
mulher o trata. Ele acha que tua mulher é falsa, que ela finge pra te agradar.
Isso ele me falou. Não é mentira. Ele sente extremamente tudo que está
acontecendo. São coisas que ele sente. A sua mulher mudou muito com o teu
filho. Ele me relatou certas coisas que nem comentei com você.
Da minha parte não vou falar nada. Não me interessa. Só
quero que meu filho seja feliz. Só me interessa a felicidade do meu filho e ele
NÃO está sendo feliz. Ele está ficando uma criança depressiva. Daqui a pouco
vai ter que começar a tomar remédios e olha que não quero que isso aconteça com
ele. Não sei o que vou fazer ainda. Não sei mesmo. Quero conversar contigo,
porque ele é uma criança de 5 anos e não tem que tomar antidepressivos. Ele não
precisa tomar calmantes. Não quero que ele frequente psiquiatra.
Esse final de semana ele tá mal e não vai pra tua casa e vai
ficar comigo. Eu vou levar ele passear. Tem também outro problema: vai chegar o
dia dos pais e ele esta extremamente nervoso. Já falei com a psicóloga, daí a
semana que vem ele vai dois dias.
Ele tem medo, tem medo de te falar que não gosta da tua
mulher e esse é o ponto de tudo. Ele nunca vai chegar pra você e dizer: - Papai
eu não gosto da tua mulher. Eu já falei isso para a psicóloga e ela vai instruir
ele a falar pra você que não gosta. Não sou eu que tenho que falar que ele não
gosta da tua mulher e a psicóloga vai ajudar ele nesse sentido. Quero que ele
consiga dizer: - olha pai, não estou gostando de tal coisa. Eu não gosto do
jeito que a tua mulher está me tratando.
Olha, sinceramente não sei o que fazer. Isso está me
preocupando e por isso que te liguei e te dou a liberdade de falar com a
psicóloga pra você ver que não é invenção minha nem nada. A psicóloga mesmo viu
que a situação está preocupante. Ele está com dificuldades, com negação, então,
eu não sei o que fazer. A psicóloga viu uma dificuldade, uma negação, então eu
acho, bom não sei o que você quer fazer. Se você tiver interesse venha
conversar com ele se te interessar. Eu vejo que ele diz: - Meu pai nunca vem na
minha escola ver meus trabalhinhos expostos, pra conversar com minha
professora. E eu falei: - seu papai já veio, já falou com a ‘Profe’, conheceu a
escola. Ele não é de falar muito, mas o pouco que ele fala, que ele comenta dá
para notar que tem certas coisas que ficam meio que não sei se ausente ou ele
que não sente a presença necessária. Eu não sei, sinceramente não sei.
Eu tento dizer que você mora em outra cidade só que ele tem
outros coleguinhas que o pai mora longe e eles vem. Ele tem colegas abalados
que também estão passando na psicóloga, porque os pais não vem busca-los na
escola por causa da separação.
Minha amiga combinou com ex marido de pelo menos uma vez por
semana ele vir da outra cidade para ver os trabalhinhos na escola, entendeu? E
eu achei isso interessante e disse: quem sabe um dia comento com pai do meu
filho. Sei que você tem gasto pra vir pra cá, mas vê se vem nas tuas folgas,
mas é um gasto que seria um investimento, não te custa. Pega ele e vai almoçar.
Diga: - papai veio hoje só pra almoçar com você e te levar pra escola. Essas
são pequenas coisas que deveriam mudar. Eu tenho que conversar com você pra ver
sua disponibilidade de poder vir. Quem sabe você fazendo isso ele se sinta mais
próximo e diga: - papai está mesmo preocupado comigo. Não é que ele ache que
você não se preocupa. É que ele não enxerga. Tipo: - ele só vem me pegar no
final de semana, nunca vem na escola, ele nunca foi na entrega do boletim de
inglês e você nunca perguntou do inglês.
Ele nem quer levar os cadernos pra você ver e isso é uma
negação. Você não está notando? Eu até comentei com a psicóloga, uma negação,
porque você não vem. Como você não vem ele também não está nem ai pra te
explicar nada. Pensa: - Por que eu vou estar contando minhas coisas de inglês
se meu pai nunca veio no inglês nem pra conhecer a salinha?
Semana que vem, se você puder, vem, porque eles vão expor
fotos do papai. Mas você não entende que isso fere ele. Se coloca você na
situação dele. Quando tem uma reunião de pais sou eu quem vai e ele diz: - meu
pai nunca vem, ah, por quê? Só porque ele mora longe? Meu pai fica sempre
trabalhando, sempre não sei o quê. E por que ele tem tempo pra viajar com a
nova mulher? Sabe, é uma cobrança em cima de mim que eu não tenho subsídios pra
chegar e falar alguma coisa. Como vou te defender o tempo inteiro? Não tenho
como. Eu faço o máximo que eu posso, mas tem coisas que vão além de mim. Eu
explico: - papai tem aula de noite...daí outro dia eu disse: - papai mora longe
e ele disse: é mas pra fazer tal coisa ele tem tempo, o pai pode.
Lembra que comentei sobre o joguinho que ele queria que você
comprasse? Ele disse: - Pra comprar meu jogo meu pai não tem dinheiro, mas pra
viajar com a nova mulher ele tem. Ele viu as fotos nas redes sociais. Ele falou
um monte de coisa e eu fiquei quieta. Não falei nada. Fiquei sem reação. Ele
deu a entender: - poxa, pedi uma coisa para meu pai, nunca peço nada. Daí ele
se encorajou e te ligou e pediu o jogo que a psicóloga estava jogando com ele e
disse que seria interessante comprar. Daí lembra que te dei a dica primeiro e
depois ele pegou o telefone e te ligou dizendo assim: - pai. Você pode comprar
o jogo no final de semana que eu for ai? Daí você chegou aqui para busca-lo e
você nem trouxe. Você depois disse que ia dar uma olhada no shopping, mas eu vi
que não houve retorno. Bom, nem falei nada. Fiquei na minha. Só que eu acho que
ele nota. Ele diz: - puxa vida, eu nunca pedi nada. Ele nunca foi de te pedir
nada. E eu notei que aquilo ali foi traumático. Daí ele me disse: vi as fotos
do papai. E eu disse: - de certo ele comprou uma lembrancinha pra você. Daí ele
disse: - é mãe, mas o jogo que pedi ele não comprou e nem falou nada, mas pra
ir viajar com a mulher ele foi. Ir viajar ele pode. Daí eu fiquei assim....o
que eu podia dizer naquela situação? Eu queria dizer: - filho o que eu posso
fazer? Seu pai gasta o dinheiro onde ele quer, mas na hora fiquei quieta,
porque eu não sabia nem o que dizer. A psicóloga vai te explicar, mas é mais ou
menos isso que estou te falando.
Daqui a pouco vou dar o calmantezinho pra ele, porque tem
hora certa. Ele não dorme, tem insônia, fica achando que vai morrer. Está bem
complicado. Até o médico ficou preocupado. Ele chega a ter olheiras. Amanhece e
ele ainda não dormiu. Pergunto: o que está acontecendo meu filho? – Mãe não
consigo dormir. Fale coisas boas pra mim. E eu começo a falar que a mamãe ficou
muito feliz. Daí ele pergunta como foi quando você engravidou? Daí eu falei que
foi muito feliz. Sempre conto coisas que ele me perguntou. Chega o início da
noite ele já muda. Daí a doutora indicou medicação para dar uma aclamada nele.
É um calmante, só que se continuar nesse ritmo que está nem sei. Por enquanto
estou conseguindo controlar com a psicóloga e esse remédio ansiolítico.
Estou tentando só falar coisas positivas. Ele chegou eu dou
parabéns, dou estrelinhas no caderno, no quadro. Ele está muito ansioso porque
o aniversário dele é o mês que vem.
Ele está num dilema, né, sem saber como vai ser. Ele diz: -
como vai ser no dia meu aniversário? Olha, eu vou fazer a festinha dele na
escola no horário do intervalo. Eu até ia ver com você se a gente podia fazer
alguma coisa juntos.
Olha só, ele me pediu um presente. Na verdade me pediu
quatro. Só que eu estou pensando.....o sonho da vida dela agora é ganhar um
cachorro. Ele quer muito ganhar um cachorro. Já disse até para a psicóloga que
o sonho dele é ganhar um cachorro. Que ele quer um amigo. Quer alguém para
falar as coisas e desabafar. Daí eu queria ver com você se por ventura você não
quer dar o cachorro. Que é o presente que ele tanto quer. Eu abriria mão,
porque eu que iria comprar para agradá-lo.
Vai avaliando essa ideia só tomei a frente de te ligar,
porque sabia que a psicóloga não iria te ligar e nem as outras pessoas iriam te
ligar, mas o cachorro é super importante para ele. E é bom que seja você quem
dê.”
É perceptível a tentativa da mãe em fazer o pai se sentir
culpado e com certeza deve dividir com a criança ou incutir uma percepção
distorcida essencialmente negativa sobre o re-casamento do pai e de sua nova
esposa.
O ciúme pelo novo casamento reforça o sentimento de ‘abandono’
decorrente do divórcio e se o guardião é psicologicamente frágil, a ansiedade
pode aumentar em vez de diminuir com o tempo. “O genitor alienador é muitas
vezes uma pessoa super protetora e pode ficar cega por sua raiva ou animar-se
por espirito de vingança provocado pela inveja ou pela cólera.” (J.A.Gardner)
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