sábado, 7 de novembro de 2015

Assinou está assinado!

Outro dia recebi essa mensagem in box:

“Dra., eu entendia seus textos como se fossem duros, mas na verdade, começo a perceber que eu estava equivocada. Seus textos são realistas. São a manifestação nua e crua, sem disfarces ou máscaras, da mais clara realidade. Por isso foi tão difícil conceber, pois eu fiquei do outro lado tentando defender um posicionamento de mães alienadoras, talvez por pena, e não percebi que seus textos só tem um lado: a criança e seu bem estar.
Vejo com muito mais clareza agora e até peço desculpas por minha lentidão em entender”.

Meus textos são polêmicos, os alienados concordam totalmente, os alienadores discordam e os espectadores (profissionais que não são conhecedores do tema alienação parental e pessoas que não passam pelo problema), são descrentes de que isso seja uma realidade vivida por milhares de pessoas.

Hoje eu vou falar de mais um tema que vai chatear muita gente que é o de delegar a resolução de problemas à terceiros.

Seis pessoas me procuraram só no mês de outubro pra dizer que a guarda saiu UNILATERAL para mãe, porque o pai concordou com isso no acordo da audiência de conciliação.

Me desculpem, mas só assina ‘errado’ quem delega a outros a função de decidirem seu futuro.

Tenho visto uma gama enorme de pais que NUNCA leram o processo. Pedem para que seus pais o façam e um número sem fim de homens que pedem para nova esposa “cuidar” do andamento. Outros tantos confiam além da própria vida, a do filho nas mãos dos advogados.

É bastante comum que o pai nem saiba do que é a Ação que esta movendo e pede para eu perguntar para seus pais ou para nova esposa ou para advogado.

Mas como fica o sujeito no dia da audiência se ele nem sabe do que o juiz está falando e não pode pedir ajuda da mamãe, papai, esposa....?

Quem lê o processo fica sabendo das falsas acusações, das frases absurdas escritas pelos advogados da outra parte e nem se espanta com a fala do juiz, mas quem não leu nem as Petições iniciais e nem as Contestações fica surpreso quando o magistrado repete coisas que são pedidas nas ações.

Dia desses um pai ficou em estado de choque durante a audiência quando o juiz disse que a ex esposa estava pedindo 415 mil reais de indenização por abandono afetivo, outro se surpreendeu quando soube que a requerente pedia 13 mil reais de pensão para ela e mais 3 mil reais para cada filho. Um deles quase saiu preso quando quis desacatar juiz e bater na ex mulher porque no documento escrito pelo advogado estava escrito que ele era ‘um desgraçado avarento’.

Encarecidamente eu peço aos pais ou mães alienados QUE LEIAM OS DOCUMENTOS produzidos pelos profissionais contratados, sejam eles advogados, consultores, psicólogos.

Não adianta nada pedir uma Avaliação psicológica da criança se NÃO FOR LER. Após vários dias do observação, ludoterapia e testes, cheguei à seguinte conclusão:
NENHUM traço de criança abandonada afetivamente pelo pai foi observado, NENHUM SINTOMA COMPORTAMENTAL, PSIQUICO OU FÍSICO que geralmente aparecem em crianças que têm os conflitos emocionais citados pela mãe foi observado”.

Mas como pai não leu, juiz sentenciou o pagamento em 100 mil e ele se calou, pois não sabia nada do documento anexado que poderia ajudar e muito na sua defesa, já que um material extenso contendo todos os procedimentos utilizados na avaliação estavam descritos no Parecer. Além de ser condenado por só ver a criança uma vez por mês, o que já é um absurdo, o juiz ‘falou grosso’ e ele acabou assinando guarda UNILATERAL MATERNA!

Mais tarde me liga o avô da criança perguntando:

- Drª, meu filho assinou errado! O que podemos fazer agora?

Num outro caso tínhamos todos argumentos para sair uma ‘compartilhada’. Petição do genitor era essa. O Processo continha inúmeras medidas Protetivas baseadas na Lei Maria da Penha, tinha falsas acusações de abuso sexual contra avô paterno, 12 Boletins de Ocorrência por Desobediência, Busca e apreensão, multa, etc e tal e na hora “H”, juiz pergunta:

- Você não acha que mãe cuida melhor do filho?

E em seguida fez um belo discurso sexista de que mãe é mãe e pai é mero provedor de pensão. Disse que mãe gerou e carregou filho no ventre 9 mês e por fim, solta a ‘bomba’:

- Homem que é homem reconhece isso. Eu sou contra esse negócio de criança mochileira. Criança tem que ter uma casa só para seu melhor bem estar e o lugar seguro e acolhedor de moradia é com a mãe. Vamos encerrar o processo por aqui. Assine guarda unilateral à favor da mãe...

E o rapaz assinou!

Pai dele entrou em contato comigo e disse:

- Meu filho deu a guarda para mãe e advogado não se manifestou. Juiz pressionou ele e só veremos minha neta de 15 em 15 dias. Estamos desesperados.

Outros avós e nova esposa do pai das crianças envolvidas, mandam mensagens do tipo:

- Drª, hoje tive a maior decepção da minha vida. Depois de tudo que fizemos, meu marido deu a unilateral para ex esposa.

- Estou decepcionado com meu filho. Ele abriu mão e deu a guarda para mãe.

- Liliane, hoje tive a maior decepção da minha vida. Depois de tantos meses exaustivos estudando o processo e contratando profissionais competentes, meu marido na audiência abriu mão da guarda compartilhada e ainda aceitou a majoração da pensão alimentícia!

-Me sinto apunhalado pelo meu filho. Ele aceitou um acordo e colocou tudo à perder....veremos minha neta 3 horas por semana!!!

- Estou desiludida. Adoro minha netinha e meu filho disse que foi massacrado pela Juíza do caso e aceitou dar unilateral para mãe.

- Depois do que meu filho fez estou sem forças para lutar. Disse que Juiz foi bem agressivo e ele se viu acuado a dar a guarda para genitora.

Pessoal, tenho centenas de frases que poderia escrever, mas o intuito dessa postagem é mostrar o maleficio de deixar terceiros cuidar de um assunto que é do interesse do pai. Por mais bem intencionado que estejam os avós e as novas esposas, a luta deve ser do genitor interessado em de fato ter a guarda compartilhada. Caso contrário, o sujeito nem fica sabendo o que está acontecendo no decorrer do processo e cai de paraquedas na audiência.  

Se tivesse lido as grosserias que são escritas nas contestações, por exemplo, não ficariam com ‘medo’ do juiz, pois estariam familiarizados com o radicalismo dos defensores de quem está no momento com a guarda da criança, sim, é isso que vejo: quem está com o “Troféuzinho” na mão, tem a força! Bem estilo He-Man o detentor da guarda diz: Eu tenho a força, sou invencível!

NÃO adianta chorar o que foi assinado! Me lembrei do personagem de uma gênia chamada Efigênia, uma estagiária de gênia que fazia tudo errado e depois dizia: pediu esta pedido, não pode ficar arrependido.

Por isso e por tudo mais ALERTO, LEIAM o processo todo. PEGUEM A SENHA dos processos digitais no cartório do Fórum, é grátis e com ela você pode se manter informado dia e noite sobre os andamentos.

Pais não deleguem essa função à ninguém! Se o advogado ou psicólogo escreverem algo que não saibam o que é, perguntem para os profissionais, para amigos, para Google, mas não deixem passar em branco. Nós somos ‘terceiros’ escrevendo e relatando sobre a vida de uma família e estamos contribuindo para que juiz dê essa ou àquela sentença.

Não é certo permitir que outros determinem o destino da família desfeita, principalmente não é justo com a criança sentencia-la a conviver mais parte do tempo com pai ou com a mãe.

Quem dá o peixe ao filho ou marido e não o ensina a pescar é tão culpado quanto ele e um dia a criança vai cobrar a todos do por que ela teve guarda unilateral num país em que a regra é compartilhada e daí, você papai que não leu e deixou tudo por conta da nova esposa ou do seus pais vai responder o quê?

Vai responder: - Papai teve medo da pressão que juiz fez? É isso que vai responder para seu filho?

Avós, o filho de vocês está crescidinho. Nova esposa, o seu marido é um marmanjo. Parem de fazer a “Lição de casa” pra ele, porque na hora da PROVA ele não tem de quem colar, não pode ‘pular’ a questão e nem pode pedir a ajuda dos ‘universitários’ e receberá um belo Zero e a prova de recuperação demora anos para acontecer (se acontecer), além de custar muito dinheiro e toda sua saúde física e emocional!






Um comentário:

  1. Concordo. Por muito tempo a defensoria publica e os funcionários do cartório das varas de família de minha cidade afirmavam que ninguém além do advogado do caso pode ter acesso a processo em segredo de justiça. Sem dinheiro pra custear tantos processos que a alienadora abriu embarcamos na DF e lá a auxiliar que nos atendeu ameaçou chamar a policia alegando que meu esposo não tinha o direito de sequer olhar o processo. O processo rolou, o conteúdo que era liberado para termos era o mínimo possível e no final acabou nessa história... pai não sabia do conteúdo, não pesquisou, não correu na frente, assinou acordo unilateral. Ontem depois de remoer todo o estresse emocional o pai resolve enfim buscar ajuda de advogado, fomos ao cartório com o advogado para ter acesso ao tão secreto processo e vejam só, diante do advogado, questionada se a parte poderia ter acesso pessoalmente, a chefe do cartório disse "claro que pode, aqui com certeza nunca recusamos esse direito!" Queria passar essa experiência, pois já vi muitos perguntarem se podem ter acesso ao processo... procure a chefe do cartório, se você é parte do processo, você tem o direito de ver, se não permitirem que você pegue para xerocar, vá com câmera e fotografe.

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