domingo, 29 de março de 2015

Infância roubada

.
Em poucos anos as mulheres conquistaram o direito à educação, ao voto, a participarem de jogos olímpicos, a tirarem carteira de habilitação, a ocuparem o mercado de trabalho, a controlarem a natalidade, a se elegerem a cargos políticos. Ocuparam a presidência da Academia Brasileira de Letras, ocuparam a Presidência da Republica!
Na ânsia pelo desenvolvimento pessoal e social diminui-se drasticamente o apego às tradições. Os papéis antes bem definidos: mulher – do lar, responsável pela nutrição e cuidados com a casa, filhos e marido. Do pai: esperava-se única e exclusivamente que fosse o provedor das necessidades básicas do grupo familiar e que os protegesse.
Porem, a família nos moldes que conhecemos hoje horizontalizou-se. A autoridade paterna, antes una e inquestionável, perdeu o vigor e as diferenças entre funções maternas e paternas já não estão mais claras como no século passado e ambos, pai e mãe exercem as duas funções: trabalham fora, cuidam da casa e das crianças conjuntamente e a transmissão de valores éticos, morais, de educação, comportamentos, de modelos dá-se pelo contato emocional entre todos os membros.
“Essa nova configuração familiar, calcada no núcleo pai-mãe-filhos favorece e estimula contatos emocionais mais diretos e profundos entre todos os membros da família”. (Eliana Riberti Nazareth)
Mas o que acontece no imaginário quando o casamento acaba? Somente no século XVIII vemos o matrimônio difundindo a ideia do amor romântico. Antes disso os casamentos eram arranjados pelas famílias a fim de assegurar a transmissão de bens e nomes. Portanto, hoje, o casamento é um projeto de vida e seu término, considerado como falência.
No aspecto social ninguém quer assumir o ônus da insolvência da união e sofrer os questionamentos pelo descumprimento do pacto social estabelecido na união.  As feministas que me perdoem, mas a ideia de busca de felicidade através do casamento é muito mais feminina que masculina. A “plenitude” alcançada pós enlace matrimonial na maioria das vezes esta calcada em estereótipos e no que cada parceiro idealiza sobre o outro. “Ambos mascaram suas expectativas reais e deixam a cargo da convivência modifica-los de acordo com o modelo idealizado”. (idem)
Mas, o cotidiano não muda nada e o sapo continua sendo um sapo e a separação se torna inevitável.
“Fracassadas”, magoadas, deprimidas, ressentidas por não terem conseguido satisfazer suas próprias idealizações, a mulheres, castigam e penalizam os homens por não terem atendido as expectativas de felicidade que esperavam.
O ex-companheiro pagará um preço muito caro pela frustração da ex-esposa. Ela vai CONFUNDIR o fim da conjugalidade (relacionamento marido e mulher) com parentalidade (pai e mãe) e sua punição virá na forma de perca total de sua tutelaridade (seu Direito de  ser pai, de tomar decisões compartilhadas no que diz respeito a vida da criança, seu direito a conviver, educar, opinar...).
Em outras palavras, mesmo diante do quadro irreversível do divórcio, mesmo que o ex-marido tenha uma nova esposa, a ex vai insistir em misturar conjugalidade com parentalidade e lhe retirará totalmente o Direito de ser pai, em contrapartida lhe dará um Dever, o de pagar a pensão e não seja ingênuo em pensar que um compensa o outro: seu direito inexiste e de forma alguma pagar a pensão em dia lhe proporcionará a convivência com seu filho. Você será a partir do divórcio, um mal necessário para pagar a pensão.
Para enfraquecer sua tutelaridade ela irá usar toda sorte de má fé e mentiras, vai ensinar seu pequeno a mentir, vai desrespeitá-lo e a criança irá aprender esse comportamento também. Transmitimos às crianças nossos conceitos de respeito humano e social. Uma criança que vê a mãe usando a Justiça como arma de ataque ao pai, em outras, desrespeitando-a aprendem que pautas morais são letras mortas.  A mesma mãe que antes ensina, agora instrui os filhos a fazer; o respeito até ontem exigido deve ser modificado para hostilidade incentivada.  
Infelizmente muitas mulheres acham que sua dor apenas será aliviada se o ex companheiro for severamente castigado e penalizado e se ligam à ele por um litigio eterno envolvendo o filho. Isso de forma alguma quer dizer que ela ainda ama o ex marido. Ela tem apenas um intuito: que ele seja infeliz. Se não proporcionou a felicidade que ela esperava, que também nunca a alcance. Que se torne um bêbado maltrapilho, que a sarjeta seja sua casa!
Por esse motivo seu ódio se potencializa quando ele se casa novamente. A mulher não suporta, simplesmente não aguenta ver que o ex marido é feliz (muito mais feliz) sem a presença dela. A partir desse momento ela não mede mais nada: seu filho, sua arma.
Em “nome do amor” (prefiro usar: em nome do ódio) agregam os pequenos para ‘suas verdades’ e os colocam no centro da disputa e com isso se tornam as vitimas do conflito que deveria ser dos seus pais. “Ficam sitiados pela vontade deles e não podem exercer seu direito de amar os dois, de querer estar com os dois. São induzidos a excluir um de seu referencial de afeto e a considerar ora um ora outro como seus ‘inimigos’. (Ana Célia Roland Guedes-Pinto)
No centro da batalha os filhos perdem a voz. A mãe passa a falar em nome deles sem saber o que realmente eles querem dizer, ou como se sentem na situação.
A guardiã ROUBA da criança sua infância e adolescência. São privados do direto de serem crianças e adolescentes com preocupações pertinentes as suas faixas etárias e são introduzidos no mundo mesquinho e egoísta dos adultos e passam a conhecer as palavras: processos, juiz, advogados, ações, varas de famílias, delegacias, falsas denuncias, litigio....
Não se deveria ter na Justiça Processos discutindo a guarda (salvo raras exceções), pois, estes no fundo estão discutindo conjugalidade, já que, expressam claramente as insatisfações, inconformismos, mágoas e raivas que se têm dos papéis desempenhados pelo homem e pela mulher, e não de problemas decorrentes da parentalidade (filho e pai).
Alguém já viu uma ação movida apenas porque o pai não sabe trocar fraldas ou fazer mamadeira? Não, porque essas habilidades o pai já tinha quando casado. O problema todo é que no litigio desfocam o problema central, radicalizam até as questões ficarem insuportáveis e a situação insustentável. O filho vira uma competição: vamos ver quem ganha o ‘troféu’ garoto.
Ok, pelo contexto histórico-social a mamãe quase sempre ganha, mas o que ela faz com o prêmio?
“A educação na família é um processo contínuo em que os filhos aprendem a desempenhar os papéis (tanto de homem e mulher como de pai e mãe) pela convivência e pelo exemplo. As pautas morais de uma sociedade são transmitidas, especialmente pela coerência entre o vivido e o ensinado, ou seja, pela coerência do exemplo” (idem)
A sentença judicial vai resolver o ‘conflito’ legal, mas resolverá o conflito interno de seu filho?
Que tipo de pai seu filho vai ser? Note que estudos científicos provam que somos a soma do que aprendemos, portanto, que pai seu filho esta conhecendo? Quem ele tomará como exemplo? Cuidado mãe. Seu ex marido esta com a personalidade formada, e, quem cairá na sua imunda e desleal armadilha será seu próprio filho, pois, ele tomará esse ‘monstro’ que você criou como exemplo de homem e será idêntico ao pai que você odeia, pois, em alguma figura paterna ele terá que se pautar.
É nesse homem imaginário inventado pela sua criativa fantasia que você quer que seu filho se torne?
Pare de usar seu filho como bode expiatório. A criança é inocente. Não foi a causadora e muito menos idealizadora da separação. Não pode ser responsabilizadas por ‘culpas alheias’, muito menos por carregar nas costas a culpa de um infortúnio.
 Matar o pai em vida custará muito caro no futuro para o emocional do seu filho.
Basta de Alienação Parental.  Guarda compartilhada, já!




Nenhum comentário:

Postar um comentário