domingo, 31 de janeiro de 2016

O Salvador da Pátria.



Diariamente pais, mães e avós me procuram in box pra dizer que estão doentes por causa da alienação parental.
Muitos além da saúde perderam o emprego a vida social e a vontade de viver.
Essas pessoas não têm mais fontes de satisfação, não conseguem elencar nem cinco estímulos externos que não estejam ligados ao filho e que tragam sensações positivas.
 Relatam que nenhuma prática lhes trazem bem estar ou convivências satisfatórias se a criança não estiver inclusa.
Sentem vazio e desânimo. A depressão parece ser o quadro mais comum. Nada mais dá satisfação interna e o amor próprio parece ter morrido.
“Excessos” podem aparecer quando temos apenas uma fonte de prazer. A pessoa pode passar a comer demais, beber demais, comprar demais, falar demais, na tentativa de preencher o vazio da sua existência.
Um filho não pode ser a única fonte de satisfação.
Freud nos ensina que, assim como um negociante não cometeria a insensatez de empregar todo seu capital somente num tipo de negócio, a própria sabedoria popular nos alerta a não depositar nossa expectativa de felicidade e de satisfação numa única aspiração.
A alienação parental entorpece, mas temos que lutar contra esse estado de torpor que parece deixar num “coma”. A consciência do alienado se altera e sofre várias modificações que em casos extremos parece uma “morte cerebral”. Assim, o torpor é uma das fases da obnubilação da consciência.
‘Obnubilação da Consciência é uma alteração da consciência e se caracteriza pela diminuição da sensopercepção, lentidão da compreensão e da elaboração das impressões sensoriais. Há ainda uma lentificação no ritmo e alteração no curso do pensamento, prejuízo da fixação e da evocação da memória, algum grau de desorientação e sonolência mais ou menos acentuada’ o que prejudica a vida profissional e social do alienado.

Podemos conhecer o alienado compulsivo, o que só pensa no filho e em nada mais, pela expressão fisionômica, pelo sentimento de sofrimento, inquietação, ansiedade, depressão, irritabilidade e principalmente por não falar em nenhum outro assunto que não seja a criança.
Os comportamentos compulsivos ou aditivos são seguidos por alguma gratificação emocional, normalmente um alívio de ansiedade e/ou angústia.
Sabemos que ler artigos, ver vídeos, falar com advogados, psicólogos, conversar com pessoas de grupos que passam pelo mesmo problema é reconfortante, mas o alienado há de se cuidar para não cometer exageros.
Em meio a toda desgraça gerada pelos atos de alienação parental existem outras pessoas, muitas vezes os pais, irmãos, novas esposas ou maridos, novos filhos, trabalho, atividades sociais como casamentos, aniversários, churrascos, mas genitor alienado se esquece de todos à sua volta e fica fixo no filho ausente como se sua obsessão o pudesse trazer de volta.
Eu sei que falar sobre o problema e ser entendido traz alivio ao desprazer vivido no cotidiano, por isso, tantos alienados passam dias e noites na internet pesquisando e falando sobre o tema.
O problema é que em busca desse alivio momentâneo, pela forma frequente, repetitiva e excessiva o sujeito acaba sendo visto por sua parentela como ‘chato’.
É como se o alienado tivesse um sentimento de ‘culpa’ e não pudesse ser feliz, nem ao menos ter momentos felizes. Seria um ‘pacto’ que o sujeito desenvolve com a alienação e não se permite ou não consegue se desvincular dela um só minuto?
Quando o alienado chega ao ponto de destratar novo/a companheiro/a por causa do filho ausente, é a vitória da alienação parental, que conseguiu manter o genitor afastado prisioneiro de si mesmo.
Minha proposta é igual à da guarda compartilhada: EQUILIBRAR O TEMPO entre família, pai, mãe, avó, nova/o esposa/o, novos filhos, amigos, vida social, trabalho, processos, amigos do Face e informações jurídicas e psicológicas sobre alienação parental.
As crianças precisam de pai e mãe saudáveis emocionalmente e ninguém pode ser saudável sendo obsessivo.
Um filho não pode ser uma Tábua de Salvação e é necessário que alienados tenham outras fontes de satisfação para não enlouquecer.
Quais têm sido suas fontes de satisfação?
Como está seu amor próprio?
Como está o seu relacionamento com sua mulher ou marido atual?
Como está o seu relacionamento, amor, zelo e cuidado pelos filhos do novo casamento?
Por causa de uma criança você abandona as outras, perde contato com seus pais e está quase se separando?
Perdeu a motivação para trabalhar ou até mesmo perdeu o emprego?
Calma, pare, reflita, repense. Você tem que encontrar novas fontes de prazer além do filho alijado. Sei que não é fácil mudar o foco, mas é necessário. Exercite-se, empenhe-se e faça por dia 3 coisas que não faz há tempos, por exemplo, vá caminhar com quem faz parte de sua vida hoje, vá ao cinema, vá tomar sorvete, visite um museu, vá tomar café na casa da mãe, ligue para uma tia distante.......
Não dá para ficar saudável emocionalmente com uma única fonte de satisfação da qual você está distante. Outras relações pessoais também devem trazem a troca de energia que inspire segurança, autoestima e alegria de viver.
A luta contra a alienação parental deve ser produtiva e equilibrada.
Zele pela sua família atual, ela não pode ser esquecida, pois, mesmo que você não perceba são eles que te apoiam na luta do dia a dia. Ame seus novos filhos e seus novo/as companheiro/as sem moderação, eles não são culpados do filho do relacionamento anterior estar ausente. Visite os amigos, vá até uma pracinha e sente-se num banco para curtir o vento, seja voluntário num hospital, numa ONG, aprenda a pintar quadros, faça algum curso, volte a estudar, enfim, encontre uma outra fonte de satisfação para sua vida, pois, todo ser humano feliz e produtivo soluciona os problemas com maior eficácia.
Ficar aprisionado no quadro da alienação parental, não só adoece ao alienado como também a todos no seu entorno, é como ficar o dia sentado numa cadeira de balanço: ela te distrai, mas não te leva a lugar algum.
Desejo sucesso na divisão de tempo. Não é só o filho ausente que precisa de atenção: amor compartilhado em tempo equilibrado pra todos!





2 comentários:

  1. Leo Arthur Vincent: Globalmente negativo este artigo, no tempo, no espaço, na dimensão de luta contra a Alienação parental de que todos fazemos parte

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  2. Excelente artigo. O equilíbrio é a chave de muita coisa na nossa vida!

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