Infelizmente tem aumentado seriamente o
número de alienadores parentais que usam o “estado de saúde” do filho para
chamar atenção do ex parceiro.
Dia desses, uma mãe soube que a filha
havia quebrado braço e perna em um acidente. Quando foi verificar no convênio
médico a gravidade da machucadura da filha (já que ninguém lhe dava informações),
ficou sabendo que o engessamento do membro inferior era falso! A garota só
tinha quebrado a clavícula e posteriormente uma conhecida da genitora contou
que quem havia engessado a perna da menina era um ex funcionário do sistema de
saúde.
Alienação
parental aliada a Síndrome de Munchhausen pode causar prejuízos ou invalidez e, até mesmo, a
morte da criança ou do adolescente. O genitor alienante quer atingir seus
objetivos (impedir ou dificultar, obstaculizar contato, culpabilizar o outro por maus tratos) e não mede esforços ou consequências para realizar seu intento.
Fique sempre atento se a história relatada pelo cuidador (pai, mãe
ou avós) não coincide com os achados
físicos. Repare se quem
relata os sintomas da criança exagera.
O
discurso do alienador que mente sobre a saúde do filho parece ser apresentado
sem furos e acima de qualquer suspeita, e tão logo o genitor não guardião suspeite
de que o guardião não está falando a verdade, o alienante muda de médicos ou de hospital para dar início a novas
queixas e procedimentos médicos desnecessários
e para de informar diretamente o outro genitor.
No entanto, as informações indiretas continuam acontecendo através de postagens nas redes sociais:
- Me ajudem, por favor, meu filho
apresenta sintomas graves e nenhum médico descobre o que ele tem.......Estou
desesperada, meu filho está morrendo.....Meu filho tem sintomas de
envenenamento e está com a boca espumando, etc...
Uma característica de quem quer “arrumar
doença” é que ele exige do profissional médico uma escuta atenta e diferenciada na intenção que este peça o maior número de exames possíveis para ‘justificar’
sua preocupação com a “”enfermidade”” da criança.
Segue um exemplo retirado da Tese de
Mestrado da psicóloga clínica Heliane Maria Silva.
“Paciente W., 5 anos, masculino, etnia
afro-brasileira, com tempo de permanência no hospital de 45 dias. Internado na
emergência deste hospital com queixa principal de ter apresentado convulsão em
casa há cerca de meia hora.
Ao exame, estava em estado pós-convulsivo,
torporoso, extremamente sonolento, ficando neste estado por mais de 24 horas,
sendo então encaminhado para UTI. A mãe relata que a criança tem crises
convulsivas de repetição desde os três anos de idade.
Criança nascida de parto cesáreo, com 28
semanas, pesando 1.430 gramas, teste Apgar 08/09. Em 24 horas de vida, evoluiu
para insuficiência respiratória. Foi internado então pela primeira vez por
prematuridade em UTI neonatal durante 56 dias, tendo feito uso de ventilação
mecânica.
A mãe relata que o paciente apresentou a
primeira crise convulsiva logo após o parto, ficando internado na UTI nos
primeiros 3 meses de vida, alegando cardiopatia tratada com fármacos até 1 ano
de idade.
Aos 2 anos de idade relata outra crise
convulsiva. Eletroencefalograma (EEG) do episódio registrou "algumas
pontas com inversão de fase em região parietal direita com traços
epileptiformes". Fez uso de medicação anticonvulsivante por 1 ano,
suspensa há 6 meses da internação atual, quando reiniciaram as crises, as
mesmas nunca foram vistas pela
equipe médica, pois o paciente chegava ao hospital sempre em estado
pós-convulsivo, dormia por vários dias, chamando atenção a tranquilidade
materna.
Nas internações, a dosagem sérica do
fenobarbital era sempre analisada, e inicialmente encontramos valores acima de
130µg/ml. A dose foi reajustada, e ainda assim a criança retornava ao hospital
com frequência e, finalmente, quando a dose foi maior que 150 µg/ml, levantamos
a hipótese de que a mãe estivesse administrando mais do que deveria.
O fato foi relatado ao Comitê dos
Direitos da Criança do serviço: e então começamos uma pesquisa mais detalhada
das internações anteriores, na qual foram revistos prontuários de outro
hospital onde o paciente era internado, intercalando com nosso serviço. Nessa
revisão encontramos um diagnóstico prévio de Síndrome de Munchhausen por
procuração já feito há 6 meses, onde a mãe havia perdido o pátrio poder para o
avô materno, mas o caso foi negligenciado pelo Conselho Tutelar e pela família,
e a mãe voltou a cometer o mesmo abuso, trocando de hospital e não relatando
fatos das hospitalizações anteriores.
Durante todas as internações a mãe
mostrava-se bastante atenciosa com o
paciente e toda equipe médica. Em sua última internação no nosso hospital,
a criança permaneceu 45 dias.
Após exaustivas avaliações sociais,
psiquiátricas e psicológicas, a mãe relatou sua compulsão por medicar seus
filhos, visando ao bem-estar dos mesmos, e
também a tentativa de reaproximação com seu ex-marido.
Ela, com 26 anos de idade e ele com 24
anos, separados há quatro anos, têm quatro filhos (duas meninas gêmeas de dois
anos, um menino de três anos e o paciente), todos hígidos. Mãe hipertensa, faz
uso de medicação. Após entrevistas com a família, o pai refere que os irmãos do
paciente fazem uso de Muricalm®A para tratamento de agitação excessiva. Avós
referem que a mãe do paciente teve problemas emocionais quando criança, e
frequentou escola especial pois tinha dificuldades de aprendizado. Perdeu a mãe
aos 6 anos e foi viver com tia e avó, onde mora com seus filhos até o momento
atual.
A criança está sem crises convulsivas e
sem uso de medicações há dois anos, fazendo acompanhamento psicológico. Mora
com uma tia materna, próximo a mãe, e os outros filhos estão sob os cuidados da
bisavó materna.
A mãe foi encaminhada para tratamento
psiquiátrico num ambulatório de saúde mental, o qual frequenta regularmente uma
vez por semana. O paciente, juntamente com a sua mãe, comparece às consultas no
ambulatório de apoio familiar do nosso hospital, onde são acompanhados por
pediatra, psicólogo e assistente social 2 vezes por mês; os demais membros da
família fazem terapia familiar”.
Como podemos ver em muitos casos a
alienação parental pode ir muito além da violência emocional. Lute para fazer valer seu PODER FAMILIAR. Marque
território. Não aceite passivamente o que a outra parte fala como sendo
verdade absoluta.
Mova mundos e fundos pra equilibrar a
convivência da criança com ambos os genitores. Não podemos deixar inocentes
sofrerem e muitas vezes morrerem nas mãos de psicopatas.
Forças, êxito!!!
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