Esse belo poema se chama ‘NO
CAMINHO COM MAIAKÓVSKI’ e é de autoria de Eduardo
Alves da Costa, ao qual peço a licença para interpretar à luz da teoria da
alienação parental.
"[...]
Na primeira
noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
[...]"
No final do casamento ou início da
separação é bastante comum que o genitor alienador inicie os pequenos e sutis
atos de afastamento da criança com o genitor ausente.
Logo na primeira semana é comum e
esperado que pai ou mãe que saiu de casa queira passar o final de semana com o
filho, mas o guardião inventa uma série de pequenos empecilhos: Hoje, não. Está
chovendo e é melhor que ele fique em casa para não ficar resfriado... Ah,
esqueci de te dizer, sábado é aniversário da minha sobrinha e será num Buffet
bem bacana, cheio de brinquedos, melhor você buscá-lo no outro final de semana...Puxa,
estou tão triste com nossa separação, deixe que ele fique comigo, porque, estou
muito depressivo (a) e não suportaria ficar sábado e domingo sem nosso filho...Ele
está tomando antibiótico, por favor, pegue-o apenas na semana que vem...Meus
pais viram que nosso filho estava muito triste e resolveram levá-lo à praia.
Deixe o menino se divertir, por favor, não faça o menino sofrer mais do que já está
sofrendo...etc.
“Roubaram a flor do teu jardim” e você não
disse nada. Engoliu a resposta
calado, talvez até sentindo uma ‘culpa’ quem nem sabe de onde veio para lhe
esmagar o peito.
Durante a semana você tenta
telefonar para o filho e quem lhe tem sob o mesmo teto inventa que ora ele está
dormindo, ora estudando, noutro momento está no parquinho, agora está jantando,
outras vezes está na casa do coleguinha, da avó, da tia, ou simplesmente a
criança: não quer falar contigo.
Quinzena seguinte não suportando a
saudade do filho você vai até a porta da antiga casa, aperta a campainha, bate
palmas, grita o nome da criança. O eco soa por toa a rua, mas ninguém aparece.
Onde foram? O que aconteceu?
Telefone do genitor guardião cai na caixa de mensagens e você percebe foi
bloqueado no WhatsApp!
Recorrer à quem? Melhor ir à casa
dos avós, na certa o infante estará lá!
Chegando à residência dos idosos
percebe que estão só e dizem que não têm a menor ideia de onde está o neto.
Você indignado, ressentido,
magoado, entristecido, com raiva e com uma série de sentimentos que sequer sabe
nomear, vai pra casa e impacientemente tenta sem sucesso algum contato
telefônico ou via Redes Sociais.
Dormir, nem pensar, porque: “Nos
dias que correm a ninguém é dado repousar a cabeça”.
Como os dias só andam pra frente, a
tão esperada segunda-feira chega, mas não com boas notícias pra você. Por causa
do número de ligações telefônicas e por você ter ido à casa dos sogros “importuná-los”,
sua ex foi até a Delegacia de Defesa da Mulher e pediu uma Medida Protetiva
baseada na Lei Maria da Penha para mantê-lo afastado dela e de sua parentela
por no mínimo 200 metros. Afirma que você grita, é violento e que seu filho
fica apavorado quando você chega perto dele e por fim, com um discurso de
vítima, consegue que a Medida Protetiva se estenda à criança.
“Na
segunda noite, já não se esconderam; pisaram as flores, matam seu cão, e você
não disse nada”.
Resignado comentou com um ou dois parentes, mas se conformou. Aceitou sem se
opor, sem buscar ajuda de mediadores
ou do judiciário, não entrou Ação de
Regulamentação de visitas, não pediu
Busca e Apreensão do menor, tudo pra “resguardá-lo”,
afinal, a medida de afastamento é para seis meses, ‘e o tempo passa rápido’.
Transcurso esse período
você volta à casa do filho.
Cento e oitenta dias foi tempo
mais que suficiente para o alienador implantar
as falsas memórias e exigir da criança um ‘pacto de lealdade’ e o pequeno,
morrendo de medo diz que não quer ir pra sua casa, que te odeia, que quer ficar
com o alienador, agarra-se à roupa deste e você sentindo pela primeira vez que
a coisa é séria resolve ‘bater o pé’ e levar a criança contra vontade.
O genitor alienador não
vai gostar nada da sua postura (que ele
pensava ser de um eterno passivo) e na volta desse dia de convivência o
alienante fará a última e mais PERVERSA
tentativa de impedir o contato entre filho e genitor ausente: a falsa denúncia de abuso sexual.
A criança sabe o que o
genitor alienador espera dela e após a oitiva deste na Delegacia, a criança REPETE O MESMO DISCURSO e CONFIRMA
que houve o abuso.
“Até
que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz,
e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer
nada”.
Diante do Inquérito
Policial instaurado, você resolve procurar um advogado.
Muitas vezes, pais/mães e
avós acusados pedem ‘favores’ para
parentes ou amigos recém-formados para
acompanharem o caso. Acontece que no Direito como em várias outras profissões
temos as especialidades. Se vamos
fazer uma cirurgia cardíaca não procuramos um ortopedista, da mesma forma, para
um processo na Vara da Família, não é aconselhável contratar um amigo que faça
preço ‘camarada’ se ele é advogado trabalhista!
E se no momento você precisa de um criminalista,
não adianta pagar barato para um advogado Previdenciário.
Ano passado me procuraram
para que eu desse minha opinião no que deveria ser feito num caso de falsa acusação de abuso sexual em
que o advogado era especialista em Direito
Imobiliário, mas era irmão do acusado. Indiquei um Parecer sobre os
atos de alienação parental explícitos no processo que continha ao longo dos
anos, 10 Mandados de Busca e apreensão da criança e 7 Medidas Protetivas
baseadas na Lei Maria da Penha, mas o Doutor renomado especialista em
Assessoria jurídica na compra e venda de imóveis e que sabia tudo sobre
lavratura de registros e escrituras executava cobrança de despesas
condominiais, disse que era melhor
aguardar e não acatou a sugestão para acabar com o inquérito ‘no ninho’!
O inquérito Policial se transformou em Processo e
Ministério Público ofereceu denúncia e pediu a prisão do acusado. Juiz sentenciou sem levar em conta os Laudos da
peritagem favoráveis ao acusado e a pena imposta foi de 10 anos em regime
fechado. Cabe ressaltar que em tempo
algum o advogado achou necessário a indicação de um Assistente Técnico.
Em média a demora no Brasil,
do dia que se protocola a petição até o resultado do estudo Psicossocial é de
um ano a dois anos. Tem criminais que já duram cinco, seis, sete anos. Imaginem
a angustia do acusado sem saber se serão condenados ou absolvidos.
No
judiciário tudo é moroso. Se você quer resultado para ano que vem, comece a
agir AGORA.
Logo na semana da
separação devem entrar com Ações de Regulamentação de visitas, alimentos,
divisão de bens e ou para detectar Alienação Parental se esta já vinha
ocorrendo na constância do casamento e se agravou logo nas semanas seguintes.
Termino com trechos do
poema acima citado que muito representa o acusado frente ao judiciário:
“Os
humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo (operadores do Direito),
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as
faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir:
São mentiras!
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe
destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no
balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo
e não os vemos ninguém ao nosso lado,
a nos ajudar no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!
Mentiras, mentiras e
mentiras criadas pelo genitor alienador, mas todas passam despercebidas pelos
despreparados profissionais que assumem os casos mesmo que não tenham competência
pra tal.
Estou a nove anos com meu marido e ele tem um filho de 12 anos, desde o início acompanho a alienação e apesar de indicar que ele entrasse com psicólogo, pedisse a guarda, o tempo passou. Muita coisa aconteceu e não cabe aqui expor, mas hj quando meu enteado vem em casa é como se visitasse um tio distante, querido, mas que não faz falta no dia a dia. Alguem que tem a obrigação de realizar suas vontades, mas que não merece respeito nem educação. Vejo meu marido nos textos, mas cansei de tentar mostrar o caminho. Hj com meu filho, procuro o melhor para ele, não posso carregar a cruz do outro...
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