quarta-feira, 15 de junho de 2016

A quem interessa a Guarda compartilhada?



Para discutir Guarda Compartilhada temos que fazer o exercício de deixar de lado os órgãos genitais masculino e feminino, afinal, todos fazemos xixi pela uretra, independente de nossa orientação sexual.  

Para entender a importância da guarda compartilhada temos que falar de amor e amor é totalmente deslocado de sexo.

Existem humanos quem optam pelo celibato, que é a abstinência deliberada de atividade sexual, ou seja, o sujeito escolhe a privação da intimidade sexual ainda que haja o desejo de sexo.
Existem os assexuados que diferentemente dos celibatários não tomaram tal decisão, eles simplesmente não possuem desejo sexual, e não se importam com isso.

Mas todos os seres da raça humana com pênis ou com vagina, tendo ou não desejo sexual, têm a capacidade de amar uma criança que pode ou não ser seu filho biológico.
Tenho ouvido falar que a Lei da Guarda compartilhada é Lei de MACHO e essa concepção está totalmente equivocada, ela é a lei do amor.

A Lei da Guarda compartilhada é para ser aplicada para todos os seres humanos, salvo, exceções. Leigos tem afirmado que essa Lei aumenta a violência doméstica e beneficia agressores, estupradores, assassinos e quem tem Medidas protetivas de afastamento do lar. Alguém poderia me explicar como?

A realidade nas Varas de Família no Brasil é bem diferente da divulgada na mídia. Mesmo quando acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, e quando ambos os genitores encontrando-se aptos a exercer o poder familiar, são raros os juízes que tem aplicado a Lei 13.058 imaginem se aplicariam quando o ex casal está em desacordo!

A grande e esmagadora maioria das guardas saem UNILATERAIS à favor das mães (é raro a mãe que perde a guarda e quando isso acontece ela sofre críticas, questionamentos e preconceitos de uma sociedade inteira. Precipitadamente a julgam bêbada, drogada, sexualmente promiscua, etc). Na prática a guarda compartilhada ainda é ficção no Brasil. As Decisões nunca saem com o tempo equilibrado entre ambos os genitores, quando muito saem no papel como compartilhada, mas com convivência em moldes de ‘visitas’ quinzenais.

Voltemos ao conceito ‘Lei de Macho’. De onde veio esse devaneio se basta uma única reclamação da mulher para que todos parem num Estudo Psicossocial e depois desse terminado, as decisões saem dizendo que a pessoa mais apta a cuidar do filho é a mãe?

De onde surgiu a ideia de que a guarda compartilhada beneficia agressores que tem Medidas protetivas de afastamento do lar?

Saibam que o genitor acusado (mesmo que nenhum fato tenha sido investigado) ficará imediatamente afastado da criança, portanto, totalmente descabido o que andam falando por aí. Na prática a Lei é Lei de fêmea, porque, são as mulheres que comandam o que se decide numa Vara de Família no Brasil. No judiciário, no que diz respeito a guarda dos filhos, poder está e sempre esteve nas mãos do feminino. Os juízes não ‘impõem’ a guarda compartilhada, eles a ‘permitem’ se percebem que a mulher ‘acolheu’ a ideia. 

Quem trabalha com disputas de guarda encontra no cotidiano situações reais, não hipotéticas. São histórias complexas e carregadas de preconceitos, por causa do ‘que se tem no meio das pernas’.

Vou dar alguns exemplos de quem disputa a guarda compartilhada pra que se acabe de vez com essa história de Lei de Macho violento, agressivo, estuprador, afastado do lar por decisão judicial, etc.

A Lei da Guarda compartilhada é a LEI DO AMOR por filho gerado ou por filho escolhido e acolhido pelo coração.

Um casal de homens gays que tem paternidade sócio-afetiva, quando se separarem, a criança que estava acostumada com os dois, deve ficar com quem? Eles não devem ter a guarda compartilhada? Deve a criança ter que escolher amar apenas um dos pais?

Mães lésbicas que não têm relação genética com a criança, mas durante os anos tiveram convivência e afetividade existente entre mães e filhos, não podem compartilhar a guarda da criança depois do término do relacionamento? A criança tem que passar pelo dilema de escolher uma ou outra? Amar e conviver com as duas agora é impossível, por que elas se separaram?

Uma pessoa nascida com órgão genital masculino que aos 20 anos de idade engravidou uma moça, mas que mais tarde fez mudança de sexo, não pode mais conviver com filha, porque lhe falta o pênis? Bando de leigos hipócritas! Se a guarda compartilhada fosse Lei de Macho, bastava se chamar João para consegui-la!

No caso acima, José trocou de nome e hoje se chama Maria, por isso, o judiciário diz que ele não pode mais ter contado com a filha. Junto com o pênis lhe cortaram a convivência!

Trabalhei para uma avó que sequer havia conhecido o neto que no momento do Estudo já tinha dois anos de idade. O filho dela faleceu em um acidente de carro antes do bebê nascer. Como a criança é fruto de uma única relação sexual, a avó ao pedir exame de DNA para comprovar a paternidade enfureceu a mãe do neto e esta se mudou de Estado. Essa avó não merece conviver com neto filho de seu único filho? A criança não tem o direito de conviver com toda sua parentela? A avó pediu guarda compartilhada. Será ela um macho, abusador, pedófilo, assassino, violento?

Um pai travesti impedido de ver o filho para não ‘influenciá-lo’ (segundo a genitora da criança), pediu guarda compartilhada, mas perdeu. Se a Lei estivesse sendo aplicada como anunciam, feliz, seria esse pai, porque, não estaria há 3 anos sem convivência com a criança por preconceitos homofóbicos existentes em nosso ‘judiário’.

Por que um bissexual não pode ter a guarda compartilhada? Quem está de fora pensa que a Lei da Guarda compartilhada é a festa do judiciário, mas quem está dentro, não vê Sentenças favoráveis sendo dadas. Guarda compartilhada em tempo equilibrado é igual cabeça de bacalhau, ninguém vê!

Quem dera eu vivesse na ilusão do senso comum e desconhecesse os “Segredos de Justiça”. Talvez, também eu, saísse por aí falando ‘com propriedade’ coisa que ouvi falar sem lá onde, mas eu vivo no desgraçado mundo humano da rivalidade e da disputa por filhos como se estes fossem objetos de competição.

O “comércio” de filhos tem sido a forma mais lucrativa de ganho ‘legal’ no mercado mundial. Será o ‘capitalismo’ o culpado pela não aceitação da guarda compartilhada na íntegra? Quais serão os verdadeiros segredos da justiça?

Coragem e forças para quem apoia o DIREITO da criança amar sem culpa e sem medo ambos os genitores, pais e mães afetivos, avós, toda parentela extensa e todos seres viventes do mundo.

Paz e amor pra cada um que carrega um sonho e luta pra que ele se transforme em realidade.


2 comentários:

  1. Só quem conhece de perto a realidade das varas de família pode entender. A mulher é sempre vista como vítima pelo judiciário e demora anos para desconstruir esta imagem. É comum o mal uso da lei maria da penha. Também é comum falsas acusações de abuso sexual. Todos sabem que basta um BO mentiroso para que o juiz afaste o pai dos filhos, até que se prove o contrário. E demora anos para provar o contrário. Anos de infância perdida que não tem volta. Os homens honestos que só querem o direito de VER e CONVIVER com os filhos passam anos na justiça para conseguir visitas quinzenais, como se isso fosse o bastante. Guarda Compartilhada nem pensar, só existe no papel e na realidade são poucos os casos que conseguem. A lei não está sendo cumprida. Sempre digo e repito, existem sim muitos homens que estão nem aí, faz filho e some no mundo, ou são violentos e agressivos, ninguém aqui é idiota para não saber que existe essa realidade. Mas não existe só isso. Existe todo um outro lado, de homens honestos que pagam o pato por causa destes ruins, por causa de discursos generalistas que os colocam todos no mesmo nível, como se todos fossem estupradores e pedófilos em potencial, que não prestam para ser pai. Vemos nas varas de família muitas mulheres, mas muitas mesmo, que usam os filhos como vingança para atingir os ex-companheiros, causando danos psicológicos gravíssimos nos próprios filhos. E sabe o que acontece com elas? NADA. Não existe punição. E graças a impunidade essa é a realidade que encontramos. A lei da guarda compartilhada é só o começo de um longo caminho pela igualdade parental, que merece o total apoio da sociedade.

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  2. Dra. Liliane

    Sou contrário ao modelo de ROTULAR pessoas. Esse tipo de conduta sectarista é fonte de xenofobia, homofobia, androfobia e todo tipo de conduta, especialmente potencializada pelo racismo, acaba produzindo esse quadro social no País.
    Lei "Maria da Penha", Lei do "Macho", esse tipo excrescência, parece atrair pessoas rancorosas, que no fundo são INFELIZES, SOLITÁRIAS, refratárias ao AMOR.

    Privar o filho do convívio com um dos genitores é crime. Ponto!

    Precisamos analisar essa geração de pessoas "cristalzinho", onde qualquer ato alheio que seja "contrário" aos valores e interesses do "cristalzinho", vai gerar torcidas de boca, cara de espanto até passeatas públicas e ações de indenização moral.

    Temos vivido tempos em que existem muitos direitos, poucos deveres, quase nenhum afeto, discursos hipócritas sobre TOLERÂNCIA, GENTILEZA que não passam de uma falsa retórica para "mostrar" em público algo que não passa de um factoide!!!

    A imbecilização da população reduz a coesão. Sociedade dividida, sem liderança clara, é uma "colcha de retalhos" porque o tecido social, esgarçado por discussões, ofensas, dissensões, judiciarização de pendengas pequenas, esse tecido vira algo patético, circense!!!!

    Mulheres com seios de fora, protestando por qualquer coisa fútil. Homens de calcinha pedindo respeito e dignidade, numa passeata "irreverente".

    Ego! Ego! E mais Ego! Egos feridos, perdidos, solitários, unidos em "tribos". Narcisismo de um microfone ligado produz excrementos falados que irrigam as já tão poluídas mentes, submetidas às corrupções do cotidiano!

    Luta-se pela "professora" que defecou em público sobre a foto de um adversário político, MAS USA O MESMO MICROFONE PARA RETIRAR A MORAL E OS BONS COSTUMES QUE DEFENDEU A MINUTOS!!!

    É muita incoerência! Arrebentar com uma "professora ativista", investigando e condenando pelas absurdas demonstrações de escárnio explícito e, por outro lado, mas em direção conflitante, tenta convencer os ouvidos dos incautos que "é pra criar filho sem a presença do outro genitor".

    "Faça o que digo! Divulgue minhas idéias mas não julgue o que eu, bem no fundo, defendo, condeno e acuso!"

    Se até uma funkeira dá entrevistas sobre moralidade familiar, quanto mais uma pseudo ativista do rancor humano!

    Deviam cassar o microfone de gente despreparada, ignóbil, que achincalha a família.

    Criticou a professora, criticou os tais "33 estupradores" e se deixou rebaixar ao mesmo subnível moral dessa cambada ao defender que a Lei 13.058/14 é Lei "do Macho"!

    Acho que misturou Rivotril com Lexotan!!!

    Só pode!

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