terça-feira, 8 de março de 2016

Somos todos humanos.

Dia 08 de março é conhecido internacionalmente como dia das Mulheres, mas quero usar essa data para falar da necessidade urgente da igualdade de gêneros, ou melhor ainda, da igualdade dos seres humanos independente do sexo em que nasceram.

Nós não podemos mais permitir que um país que se diz democrático não respeite o ser humano como um todo.

O discurso do Estado é de uma sociedade igualitária.

Art.5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”.

Mas isso na prática não é verdade. Mulheres não são tratadas iguais aos homens no mercado de trabalho e   ainda ganham 30% a menos que o salário dos homens quando exercem os mesmos cargos e os homens não são tratados de forma igualitária e sofrem preconceito nas Delegacias e Varas de Família onde as mulheres ‘dominam’ as Ações.

Claro que eu poderia dar centenas de exemplos de preconceitos velados para com ambos os sexos, mas a discussão que quero trazer é na esfera da família.

Dias 5 e 6 de março próximo passado, tive o grande prazer de participar e palestrar no 2º Evento Internacional de igualdade de gêneros e problemáticas importantíssimas vieram à tona.
Estiveram presentes Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros (que consistem em diferentes tipos de orientações sexuais).

Vou explicar rapidamente cada uma delas para que todos possam compreender minimamente o tema que quero expor.

·  Lésbicas
Lésbica é uma mulher homossexual, cujo amor e atração física é referente a outras mulheres. 
·  Gays
Em contraste com o conceito de lesbianismo, Gays são homens que sentem atração física e sentimentos de amor apenas por pessoas do mesmo sexo, ou seja, outros homens.
·  Bissexuais
Um individuo com características bissexuais manifesta tendência afetiva e sexual para com membros do mesmo sexo e de sexo oposto.
·  Transgêneros
Transgênero é um indivíduo que possui uma identidade de gênero diferente do gênero de nascimento, porém não deseja viver e ser aceito como no sexo oposto, pois estão constantemente em mudança de um gênero para o outro.
·  Transexuais
Transexuais são indivíduos que possuem uma identidade de gênero diferente do gênero do nascimento, à semelhança dos Trangêneros. Ainda assim destacam-se pelo desejo de viver e ser aceito como sendo do sexo oposto.

Que o movimento LGBT é carregado de preconceitos e conotações pejorativas, principalmente por núcleos mais conversadores da sociedade e por religiosos nós já sabíamos, o que eu não sabia é que além do prejulgamento que sofrem constantemente, essa pessoas também são vítimas de alienação parental por conta de suas famílias com aval do Judiciário.

Confesso que até semana passada eu só havia atendido casos de casais heterossexuais separados e eu desconhecia a sofrida realidade vivenciada por pais, mães, avós e tios que durante a vida mudaram a orientação sexual.

Eu sempre defendi a igualdade de gêneros nas Varas de Família, mas sinto agora a necessidade urgente de dizer que temos que lutar pela igualdade entre os seres humanos.
Se pais reclamam diariamente do privilégio que são dados às mães nas Delegacias e no judiciário, imaginem o que passa um pai homossexual!

O heterossexual que mudou a orientação para homossexual é marginalizado pela(o) ex e muito mais pelo judiciário que ‘assina embaixo’ separando pais, mães e avós de filhos e netos.

 A alienação parental ATINGE QUALQUER SER HUMANO e muitos companheiros se valendo da mudança da orientação sexual do(a) ex companheiro(a) pede ao judiciário para cortar a ‘visita’ e impedem os filhos de conviverem com seus parentes, porque, esses em seus julgamentos preconceituosos “não são bons exemplos”.

Pai é pai, mãe é mãe, avó é avó, avô é avô mesmo que sejam homossexuais. A orientação sexual não elimina o amor, o desejo de cuidar, conviver e exercer as funções paternais e maternais.

A sociedade é construída de diversidade, devendo todos nós saber respeitar as diferenças.

O ressentimento e a mágoa do(a) ex parceiro(a) com a mudança de orientação sexual do(a) antigo(a) companheira(o) não pode ser obstáculo para atitudes de bom senso.
Misturar conjugalidade com parentalidade é dar as costas ao que existe de mais importante que é o fruto que esta união, um dia feliz, agora não mais, possibilitou: o filho.

É Direito humano que crianças e adolescentes desfrutem da convivência de ambos os pais. Direito este consagrado constitucionalmente em todos os princípios, em todos os tratados internacionais e nas convenções dos Direitos Humanos e em todos os outros que norteiam a humanidade e não importa se os genitores são lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, transexuais.  

A criança deve desfrutar “sem culpa” e sem dificuldades do amor, do zelo e do cuidado do seu genitor e sua genitora e de todos seus familiares extensos e é inadmissível que esse contato seja impedido com a validação das Varas de Família apenas pela orientação sexual de um dos pais.

Brasil liberal, democrático, igualitário, progressista ou ditador, tirano e preconceituoso?

Negar o que se desconhece, por se não encontrar a altura de compreender o que se nega, é insanidade incompatível com os dias atuais”. 


2 comentários:

  1. Conheço um muito que são discriminados(tio) filhos (as) que dep9s de. Velhas os país mandam embora de casa. Principalmente aqui na região norte, onde o preconceito impera mais que no sul e sudeste.

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  2. Conheço um muito que são discriminados(tio) filhos (as) que dep9s de. Velhas os país mandam embora de casa. Principalmente aqui na região norte, onde o preconceito impera mais que no sul e sudeste.

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