O
texto de hoje vai tratar do comportamento dos filhos alienados durante as ‘visitas’.
Não gosto desse termo, mas é o que de fato acontece com inúmeras crianças e
adolescentes que devido ao grau de alienação não conseguem ‘conviver’ com o genitor não guardião, mesmo que
ambos estejam na mesma casa muitas vezes por um final de semana inteiro.
Muita
gente que me procura e diz:
-
Liliane, meu filho é adolescente, vem, porque, senão a mãe tem que pagar multa,
mas ele vem ‘daquele jeito’. Senta no sofá e não interage. Parece uma almofada.
Não levanta pra nada e fica no celular o dia inteiro.
- Se convido para ir ao shopping, cinema,
almoçar ou jantar fora, ir ao supermercado, nada ele quer.
- Nas horas das refeições não quer comer. Se
faço lanche ele derruba de propósito no chão e diz que não vai comer, porque
caiu.
- Se me sento no sofá ele se levanta e vai pra sacada
falar com a mãe.
- Se saio fazer compras de algo pra um café da tarde
ele liga pra mãe dizendo que está sozinho no apartamento, mas comigo ele não
quer sair.
- Quando não é minha semana não atende o telefone,
não responde mensagens e nem lê o que envio via whatsapp, mas quando está
comigo, é dia e noite no fone com a mãe e sempre falando alguma coisa de mal
de mim ou da minha casa.
Várias
mães cujas filhas moram com os pais me enviaram suas experiências:
- Liliane, minha filha cuspiu em mim em local
público. Chutou minha mãe e xingou minha irmã.
- Minha filha diz que não sou mãe dela, que a mãe é a
esposa do pai e que eu fui apenas a barriga de aluguel.
- Minha filha traz marmitas prontas preparadas pela
avó paterna para comer no final de semana.
- Minha filha diz que me odeia e já rasgou várias
fotos só porque disseram que nós nos parecemos demais.
- Quando pergunto como ela está indo na escola ela
responde que não me interessa.
- A menina não aceita nenhum passeio que proponho,
mas não sai do telefone reclamando para o pai e madrasta que minha companhia é
um tédio.
- Não sei mais o que fazer. Ela não gosta de nada que
vem de mim. Até uma toalha de banho que comprei nova ela rasgou inteirinha
dizendo que era feia.
Pais,
mães, avós e toda parentela alienada. Temos que entender que essas crianças são
filhos de pessoas que à priori tiveram
filhos para se ‘realizarem’ como pais ou mães. O casamento ou união não se deu com o objetivo de
realização amorosa/afetiva/sexual. O ex parceiro/a parece ter sido usado/a
apenas como um ator/atriz coadjuvante que possibilitou que um óvulo e um espermatozoide
se juntassem para formarem o tão sonhado bebê capaz de trazer a ‘completude’.
Fecundação
concluída: missão cumprida. O outro pode sair de cena. O/a alienador/a já não
precisa do parceiro/a pra nada.
Os
efeitos desse pensamento são os piores possíveis. O filhos sente responsabilidade em manter esse laço patogênico
(doentio) com genitor guardião. Eles ficam sendo ‘RESPONSÁVEIS’ pela felicidade do genitor com quem vivem.
E se tem uma coisa que a criança ou adolescente
alienado sabe muito bem é MANIPULAR A CULPA DO GENITOR AUSENTE.
A
criança sabe da disputa de seus pais. Sabe que a responsabilidade fica
indiferenciada. No fundo sabe que os dois têm o pátrio poder, mas nunca sabe de quem será a última
palavra de autoridade, então, sempre dá um jeitinho de conseguir o que quer.
Sabe
manipular a mãe, o pai, a madrasta, o padrasto, os avós. Ela sabe os pontos fracos de cada um e principalmente sabe a quem deve
agradar mais e o que esse genitor QUER ESCUTAR E O QUE ESPERA DELA EM RELAÇÃO
AO GENITOR NÃO GUARDIÃO.
A
criança faz um ‘balaio de gato’ na vida de todo mundo. Intensifica as campanhas de desmoralização para quem quiser ouvir. Usam táticas variadas que até os adultos
duvidam. “Os argumentos utilizados são
os mais numerosos, os mais frívolos e os mais absurdos possíveis. O genitor
alienado é completamente mau e o outro completamente bom. Apesar disto, aceitam
ir com o genitor alienado” para infernizá-lo ou simplesmente para que o
guardião se livre da multa.
A criança passa a ter prazer em
excluir o outro. Passa a ser sádica e defende incondicionalmente o alienador.
Censuram duramente o genitor com quem não convivem,
tratando-os como estranhos indiferentes e desprezíveis.
O filho
fica fixado no guardião, se acham ‘unos’ e ambos se intitulam a dupla ‘perfeita/completa’.
SE SENTEM UM O OBJETO MÁXIMO DO OUTRO!
A entrada do não guardião na parada, quebra essa
unidade doentia e faz o filho perder essa ‘unidade’. “Passa o filho, então,
a se dirigir ao genitor alienado com uma postura defensiva, como se o
não-guardião lhe representasse uma grande ameaça, fazendo de tudo para não
manter nenhum tipo de contato com aquele genitor, nem pessoalmente nem por
telefone ou meios eletrônicos” (Richard Gardner)
Como
diria meu falecido pai o moleque/menina ainda está ‘cheirando à leite’ e já se
acha homem/mulher suficiente para censurar duramente o genitor com quem não
convive e demonstra muita segurança e independência em suas atitudes de
repulsa, “porque, o vínculo patológico entre eles estabelecido não permite o
enfrentamento racional de nenhuma situação que coloque o alienador sob críticas”. (Idem)
O que devem fazer o pai ou a mãe que estão passando
por esse problema?
Devem fazer a função de pai e de mãe, que é a de OCUPAR OS ESPAÇOS na vida dos filhos e educa-los
para o mundo.
Com autoridade, mas
sem autoritarismo a “Lei” deve ser mantida. TEMOS QUE BARRAR OS EXCESSOS, porque uma criança criada por um
alienador quer ir sempre ‘além’. Além na
violência, além no consumo, além nas malcriações.
Filhos precisam enfrentar desconforto e as palavras
devem ser firmes. Tem coisas que são inegociáveis, como, por exemplo, a
autoridade: são os pais quem mandam e
não os filhos!
As crianças e adolescentes sabem que o não guardião
tem MEDO DE CORRER O RISCO de frustra-los
e se aproveitam dessa verdade.
Não tenha medo de impor regras, isso é UM DEVER DE QUEM CONCEBEU.
Os pais devem dizer: isso eu não admito, isso não
pode. É função de pai e mãe frustrar,
contrariar e colocar limite nos filhos.
Como alguém pode educar um filho se é ele quem manda?
Um
filho só manda se a figura de autoridade do não guardião esta rarefeita.
Cabe
aos pais não guardiães reavivarem nos filhos a figura de autoridade
desestimulando os atos cruéis que as crianças cometem pelo pacto de lealdade
estabelecido inconscientemente com o genitor guardião.
O alienador ao dizer: Meu filho é sagrado, meu filho está acima de tudo e de todos, meu filho
não pode sofrer restrições ou frustrações, está criando um monstrinho.
E
um ‘monstro’ não vai se dar nada bem no mundo dos humanos, porque, a vida
real fora da bolha do guardião alienador, é cheio de restrições.
Eduque seu filho para o futuro em sociedade. Fale com
ele sobre o pacto de lealdade. Liberte-o
dos laços patológicos estabelecidos com o guardião. Diga que é direito amar
ambos genitores e que ele não deve sofrer porque vai desagradar o outro, indo
com o não guardião ao supermercado, por exemplo. Explique a diferença entre conjugalidade e
parentalidade.
O filho não sai com o não guardião para não correr o risco de no caminho receber
uma ligação do guardião e dizer, por exemplo, que está indo ao cinema ou
shopping com o não guardião, porque isso
deixaria o guardião pra lá de enfurecido.
Explique que o guardião não pode ter nos filhos o
único valor de que se vale a pena viver. Quem não tem outros interesses na vida
está doente. Explique que ele gostando ou não nas datas que estarão juntos a
programação da casa será mantida: ambos vão à feira, ao mercado, ao parque ou
ficarão em casa para assistir TV, etc. Deverão visitar os avós, ir às
festinhas, etc, enfim, devem fazer tudo que pais e filhos fazem juntos quando
moram na mesma casa, afinal, a criança ou adolescente está sob a sua guarda
nestes dias e não você sob a guarda deles.
Essa conversa não será fácil e nem aceita de primeira
mão, mas com perseverança e mudança de comportamento tudo entra nos eixos com o
tempo.
Paciência à todos.
Meus fones estão na capa do Blog e estou à disposição
para dar dicas a quem precisar.
Êxito!
Muuuuito bom Liliane, leio quase todos seus textos, artigos....me ajuda MUITO. Muito obrigado.
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