domingo, 27 de novembro de 2016

“Canetas mecânicas”



Em 1974 meu pai me levou para ver um dos mais famosos presépios mecânicos natalinos do Brasil, o presépio da família Curcio que trouxe da Calábria (Itália) uma imagem do menino Jesus que naquela época existia há mais de 200 anos e mais 300 peças em seu acervo.

Me lembro perfeitamente que os bonequinhos repetiam mecanicamente as cenas do cotidiano e ontem após mais uma esdruxula decisão judicial não pude deixar de fazer uma analogia entre os atos repetidos, sempre iguais de ‘Maria’, ‘José’, ‘do burro’, ‘do boi’, e do inerte ‘menino Jesus’ envolto em panos, deitado em uma manjedoura (cocho), com a vivência dos pais alienados e o ‘JUDIÁRIO BRASILEIRO’.

“Marias ou Josés” repetem sempre os mesmos atos alienante: desqualificam o outro, dificultam ou impedem o contato, omitem informações médicas e escolares, apresentam falsas denúncias de violência física ou sexual, etc. O ‘burro’ ou ‘boi’ como animais trabalhadores, vivem para pagar a pensão alimentícia.

E os “Grandes Reis Herodes” ordenam automaticamente (sem a leitura dos autos) que ‘matem’ as criancinhas!

Na grande parte do Judiciário como nos presépios natalinos, um fica balançando a cabeça em concordância com o outro. Muitas (im)peritas afirmam que não há alienação parental no caso em tela e os (des)operadores do Direito dizem: - Amém, Amém!

O alienado parece ser o único humano que quer retirar o filho do ‘estábulo’. A criança também se tornou um boneco que age de forma maquinal, inconsciente, involuntária e acomodada na manjedoura (que deveria ser lugar para servir comida a animais)!

Mas quem irá contra tradições antigas? O que pode fazer um “burro ou um boi” contra Reis e Nobres?

Balançar a cabeça faz parte da mecânica dos bonequinhos. Pastores, moleiros e o seus moinhos, lavadeiras, alguns bailarinos de um rancho folclórico, mulheres com cântaros na cabeça, uma banda de música, entre muitos outros personagens, todos, sem exceção balançam as mãos ou a cabeça afirmativamente!

O Melhor interesse do menor é que ele viva num ‘curral envolto a palhas’?  Poucos são os Reis Magos do nosso judiciário - Gaspar, Baltasar e Belchior (Dra. Ângela Gimenez, Dra. Jaqueline Cherulli, Dra. Fernanda Pernambuco) que trazem como presente para o ‘menino Jesus’ a Guarda compartilhada em tempo equilibrado com ambos os genitores.

Não sei mais o que fazer para quebrar o círculo vicioso de um avalizar a opinião do outro. O que vemos em vários processos são uma sequência de erros. Casos gravíssimos sendo arquivados, inocentes sendo condenados e culpados sendo inocentados, porque os juízes ‘acolheram’ a opinião do Ministério Público como se não tivessem opinião própria ou, simplesmente POR NÃO TEREM LIDO!

As canetas que assinam parecem ‘mecânicas’ e firmam o documento sem que o responsável pela assinatura esteja ciente do conteúdo. Alguém em algum momento leu, interpretou e concluiu e depois disso surge um ciclo de “Améns”, idêntico ao dos personagens dos presépios mecânicos natalinos!

Ontem li uma Decisão de arquivamento de um segredo de (IN)justiça. A ação tratava de dois assuntos. O Ministério Público optou pela condenação na esfera criminal e pelo arquivamento do pedido que tratava de assuntos cíveis.

O juiz não leu a minuta que tinha meia página e fixou o olhar apenas na palavra: ARQUIVAMENTO e Decidiu:

“Nos termos do parecer do Ilustre Representante do Ministério Público, que acolho como forma de decidir, ARQUIVEM-SE os presentes autos”.

Estamos falando de uma condenação na área CRIMINAL e juiz manda arquivar?

Nesse Natal, quantas crianças ficarão sem conviver com genitor alienado por causa de ‘assinaturas mecânicas’?

Quantos inocentes serão condenados e quantos culpados serão absolvidos porque os operadores do Direito não leram os autos e nem mesmo a opinião do Ministério Público?

QUANTAS VIDAS SERÃO ‘ARQUIVADAS’ PELOS QUE DEVERIAM SER JUSTOS, mas assinam mecanicamente sem ler?

 Movimentos repetitivos de ‘canetas irracionais’ dão o aval para que o alienador continue cometendo atos insanos e não seja culpabilizado por destruir vidas de crianças e seus familiares ausentes.

Temos que denunciar nos órgãos competentes os erros dos profissionais que assinam sem ler. Chega de bonecos de presépios decidindo destinos de serem humanos!








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