A perda do vínculo é um ataque direto à identidade de alguém que, um dia, será um adulto que perdeu a oportunidade de
construir uma estrutura de valores e experiências por ter perdido o contato com o pai e isso é muito sério.
O texto abaixo é verídico e me foi enviado hoje por um filho que quando
criança aprendeu a usar a técnica da substituição, mas um substituto nunca é a mesma
coisa que a figura paterna, seja o
vovô, o tio materno ou o novo marido, porque, a criança ou adolescente precisa
da figura
do próprio pai.
A identidade social e psíquica não é
construída entre duas pessoas por um registro civil. É construída através de interações, por isso, um pai excluído da vida do filho
causa um dano irreparável, porque o
filho considera que não tem direito de amar os pais, não tem direito a
construir sua identidade baseada na identificação com o pai e com a mãe e muitas vezes seu único modelo de
identificação masculino é o padrasto.
Não tem uma imagem de família que lhe permita se sentir confiante na vida
e temos que pensar em todos os eventos que levaram os filhos a diferentes tipos
de problemas psicológicos e isso os põe numa situação em que imediatamente ou a longo prazo, vão
sentir culpa, uma culpa que não vai lhes deixar se desenvolver plenamente
na vida até que reencontrem o pai ‘perdido’, se desculpem e retomem o contato.
Infelizmente como no caso abaixo, muitos filhos só descobrem a mãe que têm, quando eles forem vítimas de alienação parental pela segunda vez: adultos impedidos de verem os próprios filhos e somente ai vão entender
que a mãe fez com eles o que a ex esposa está fazendo com filhos agora.
Mas como diz o refrão da música: A felicidade ainda existe. É uma trilha estreita em meio a selva
triste. Desejo a todos um lindo reencontro depois do ‘despertar’ dos
filhos adormecidos e cegados pela alienação parental.
Segue uma dose de esperança:
Pai,
Escrevo esse e-mail para me desculpar e pedir seu perdão por tudo de
ruim que fiz a você consciente e inconscientemente, hoje percebo que fomos
roubados em nosso convívio, que fui criado para odiar você, fui criando ouvindo
minha infância inteira que você era mentiroso, bandido e etc.
Minha mãe é uma pessoa horrível uma alienadora que nos prejudicou e
enfiou outro homem em minha vida me manipulando a chama-lo de pai e execrando
você para mim quando criança.
A verdade é que hoje sinto na pele o que você passou, hoje sei o seu
desespero de ter seu filho escondido de você, de ficar sem notícias de não
saber onde mora de não saber se está, bem de não poder nem ao menos falar.
Olhando para traz e lembrando das nossas conversas peço mais uma vez
desculpa por ter defendido minha mãe, não estou me eximindo da minha culpa, mas
durante anos ouvi absurdos a seu respeito e com a pouca idade não tinha o
discernimento para julgar ainda mais porque esses absurdo vinham de uma pessoa
que eu confiava.
Eu errei muito nessa vida e muito desses erros foi por não estar perto
de você que é sim meu sangue, o meu padrasto é um cara do bem e tal mas não é
você não é meu pai, é um cara que sempre esteve em cima do muro em relação a
mim e por conta dos interesses em minha mãe teve que me engolir, mas é um homem
que me foi imposto como pai.
Olha eu sinto muita falta de conversar com você, lembro de você me falar
que deveria ter escutado mais seu pai pois é seu pai não está mais aqui
conosco, mas o meu está e seria injusto eu não poder aprender mais com você.
Agradeço toda a ajuda que mesmo de longe você vem me dando todos esses
anos com o “João”, com ele estou passando todo o inferno que você passou
comigo, mas acho que comigo é um pouco mais tranquilo, pois tenho a nova
família que formei que me ajuda muito e tenho você! Que mesmo longe sei que
ajuda e você quem tinha?
Essa minha nova família é formada por pessoas maravilhosas como a esposa
a “Maria” e seu neto, que não tem culpa nenhuma das merdas que nos foram
impostas nem das que eu fiz a você, mas não é justo com ele não conhecer seu
verdadeiro avó, meu verdadeiro pai até quando vamos deixar o meu padrasto
ocupar seu lugar?
Sei que já magoei muito você principalmente escrevi a carta para o Juiz
à mando da minha mãe. Ela tentou de tudo e não dava certo, mas foi essa
estratégia que deu certo.
Me arrependo de ter processado sua empresa, pois hoje o meu pensamento é
que deveria estar ajudando você e diminuído sua carga de trabalho, pois sei o
quanto você trabalha e imagino o quanto está cansando.
Olha como disse no início o intuito deste e-mail é pedir seu perdão,
espero que possa me perdoar se não puder eu vou entender mas seu neto não tem
nada com isso não é justo ele não conhecer o avô devido a meu comportamento e
fatos já mencionados.
Tenho muita saudade de você e gostaria muito de ter meu pai por perto
para pedir conselhos conversar sobre a vida e outras coisas, quero muito te
abraçar agradecer você pessoalmente, mas vou entender se você não quiser!
Eu amo você e minhas irmãs espero que daqui para frente possamos todos
convier em harmonia!
Fique com Deus um beijo do seu filho.
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